ABERTURA

Recifest contempla a diversidade na 7ª Arte

Festival segue até o sábado (21), com exibições gratuitas de curtas, longas e animações

Kalor Pacheco
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Kalor Pacheco
Publicado em 16/11/2015 às 21:42
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Festival segue até o sábado (21), com exibições gratuitas de curtas, longas e animações - FOTO: Foto: Divulgação
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Na semana seguinte ao 8º Janela Internacional de Cinema do Recife, assim como aconteceu no ano passado, o Cinema São Luiz, com sessões a partir das 19h30, pega nesta terça-feira (17) o embalo da terceira edição do Recifest – Festival de Cinema de Diversidade Sexual e de Gênero. Como mestres de cerimônia, os transgêneros Maria Clara Araújo e Leo Tenório dão as boas-vindas logo na abertura. 

Incentivado pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), o festival segue até o sábado (21), com entrada gratuita para todas as sessões. Nelas serão exibidas ao público um total de 33 filmes, entre curtas, longas e animações; debates, além de duas oficinas, ambas com inscrições já encerradas.

A noite de abertura conta com a exibição do documentário Gazelle – The Love Issue, coproduzido entre Brasil, Estados Unidos e Polinésia Francesa. Antes dele, será apresentada a performance do protagonista que dá nome ao filme: o teresinense Gazelle Paulo terá seu corpo pintado, ao vivo, pelo artista nova-iorquino Scooter LaForge em harmonia e tema da música Lakmé

“A gente quer associar o festival – que é primariamente sobre o cinema – com outras linguagens e outros formatos. Sempre acontecem performances musicais ou cênicas”, explica o produtor Pethrus Tiburcio, que menciona a ação da diretoria LGBT da UFPE. O grupo fará exposição no mezanino, com cartazes da campanha Meu Nome Importa – sobre a reivindicação do uso do nome social –, além de adesivos nos espelhos dos banheiros, onde as pessoas poderão se fotografar e aderir à campanha com postagens em redes sociais.

Outro aspecto destacado pelo produtor é a capacidade, apurada nas últimas edições, que o Recifest tem de agregar. “O fato de o festival ser recortado por essa temática LGBT tem incentivado mais pessoas dentro desse nicho a fazer mais filmes. E também pessoas que normalmente não estão no cinema que agora estão vindo para as sessões”, diz ele. 

De acordo com Pethrus, “Pernambuco hoje tem mais de 30 festivais de cinema e temos, no Recifest, filmes que nunca foram exibidos em outros festivais. Filmes de temática LGBT têm dificuldade de escoar a produção e o cenário ainda justifica essa dificuldade”. Os curadores dos festivais mais tradicionais diriam que é a qualidade que importa na hora de selecionar os filmes. É sabida, no entanto, a dificuldade que as pessoas LGBT enfrentam desde o acesso à formação profissional até a divulgação de suas criações.

“Este ano, a gente está tentando dar destaque à pauta da transgeneridade, que é a mais ‘invisibilizada’ deste grupo específico: a população T”, frisa Pethrus. Cuba Libre, longa que encerra o Recifest, dirigido pelo premiado Evaldo Mocarzel, aborda esse prisma a partir das história da atriz transexual cubana Phedra de Córdoba “que sai de Cuba por não aceitação da mãe e por um regime homofóbico e transfóbico”.

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