Um juiz da Pensilvânia, nos Estados Unidos, validou nesta quarta-feira (3/2) o processo criminal aberto contra Bill Cosby por violência sexual - que foi contestado pelos advogados do ator.
Os advogados de Bill Cosby começaram nesta quarta-feira (3/2) o segundo dia de debates num tribunal da Pensilvânia para exigir a anulação do processo contra o famoso comediante, que é acusado de agressão sexual.
Denunciado há meses por dezenas de mulheres, o ator de 78 anos foi acusado em 30 de dezembro de agressão sexual agravada por fatos que remontam ao início de 2004 e que teriam afetado Andrea Constand, uma ex-funcionária da Universidade de Temple, na Pensilvânia.
Após ser denunciado pela jovem em uma instância civil poucos meses depois dos ocorridos, Cosby concordou em dar seu depoimento um pouco antes de alcançar um acordo financeiro com Andrea Constand em 2005.
O juiz Steven O'Neill não aceitou a linha de argumentação da defesa, que pedia a anulação das acusações criminais contra ele por supostamente violar o acordo feito anteriormente.
No depoimento, Cosby reconheceu que deu um comprimido para Constand e que depois lhe acariciou o peito e a apalpou. Afirmou, contudo, que a relação foi consensual e que a jovem jamais se opôs ao ato.
A substância das deliberações desta quarta-feira, assim como da terça, se refere à natureza exata do acordo entre o ex-promotor do condado de Montgomery (Pensilvânia) Bruce Castor, e as partes, que contemplava que Bill Cosby não seria acusado "criminalmente".
O promotor atual, Kevin Steele, acredita que o processo atual não está limitado por esse acordo, que nunca foi formalizado por escrito, exceto por um comunicado de imprensa.
O juiz O'Neill ficou publicamente surpreso durante a audiência de terça-feira ao saber que o acordo não tinha sido transcrito em papel.
O principal assessor jurídico Cosby, John Schmitt, chamado como testemunha, disse nesta quarta-feira que o ator nunca teria concordado em depor se não tivesse certeza de que um processo criminal não seria movido contra ele.