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João Batista de Andrade é o novo nome da Ancine

Braço direito de Roberto Freire vai assumir o comando

Da redação com agências
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Publicado em 25/03/2017 às 14:40
Foto: Acácio Pinheiro/MinC
Braço direito de Roberto Freire vai assumir o comando - FOTO: Foto: Acácio Pinheiro/MinC
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O cineasta mineiro João Batista de Andrade foi convidado a substituir Manoel Rangel na presidência da Ancine (Agência Nacional do Cinema), a partir de maio.

Andrade, que é o atual secretário-executivo do Ministério da Cultura, confirmou à Agência Folhapress que o convite partiu do ministro da pasta, Roberto Freire, de quem é o braço direito.

O cineasta ainda precisa ser nomeado à diretoria e sabatinado pelo Senado antes de poder assumir o cargo. À reportagem, Andrade disse que um de seus principais compromissos será modernizar a agência.

“Ela precisava ser desburocratizada, mergulhar mais na modernidade, estar a par dessas mudanças tecnológicas, e cuidar de democratizar o acesso”, continuou.

Segundo ele, seu trunfo é o diálogo que tem com o meio cinematográfico. “Quem me conhece sabe que sou aberto. Quero conversar com o setor”.

"Boa sorte a ele", declarou Kleber Mendonça Filho

A notícia foi dada em primeira mão pelo jornalista Ancelmo Góis em seu blog. João Batista de Andrade desenvolveu sua carreira em São Paulo. Seu filme mais é conhecido é O Homem que Virou Suco, que ganhou o Prêmio de Melhor Filme no Festival de Moscou, em 1980.

A repercussão em torno do nome de Andrade foi tímida. “Eu gosto muito de O Homem que Virou Suco. Para além disso, não sei. Que trabalhe bem para o cinema. E boa sorte a ele”, declarou o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho.

A produtora mineira Vânia Catani também falou sobre João Batista de Andrade. “Conheço pouco ele e na época de Narradores de Javé, ou seja, há quase 15 anos, o via com mais frequência, na movida do cinema em São Paulo. Desses tempos tenho lembrança de uma pessoa gentil e interessada na minha carreira, que estava praticamente começando. Nos últimos anos nunca mais o vi, nem mesmo em festivais”, disse.

“Acho ainda cedo pra assegurar quem será o presidente. A veiculação do nome dele me parece novo capítulo na disputa pelo comando da Agência. Ele tem uma biografia respeitável, mas é indicado por um governo que não tem qualquer projeto para o setor cultural, além de retaliar artistas de oposição como Wagner Moura e Raduan Nassar. A sociedade precisa acompanhar de olhos atentos”, disse o professor e perquisidor Alfredo Manevy, que presidiu a SPCine entre 2014 e 2016.

O atual presidente, Manoel Rangel, ligado ao PC do B, termina sua terceira gestão no próximo mês de maio. Rangel está à frente da Ancine há 15 anos. O cargo é um dos mais disputados do audiovisual brasileiro.

Nestes 15 anos, Manoel Rangel fez da Ancine um órgão bem-sucedido. Atualmente, a produção de longas beira os 140 títulos por ano. O orçamento, então de R$ 30 milhões, agora é de R$ 62 milhões. Sem contar a valor que a agência administra do Fundo Social do Audiovisual (FSA), em torno de R$ 1,2 bilhões.

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