Por meio da Secult-PE e da Fundarpe, o Governo de Pernambuco anuncia o resultado do edital de fomento à produção audiovisual no estado, o Funcultura Audiovisual 2016/2017. Para esta edição, estão assegurados R$ 20.150.000,00 (vinte milhões, cento e cinquenta mil reais), sendo R$ 10.150.000,00 (dez milhões, cento e cinquenta mil reais) provenientes do Fundo Estadual de Incentivo à Cultura e o restante disponibilizado pelo Fundo Setorial do Audiovisual/Ancine.
O 10º edital do Funcultura Audiovisual recebeu 443 inscrições, de 41 municípios pernambucanos, das 12 Regiões de Desenvolvimento. O processo de seleção foi dividido em três fases: habilitação documental, análise de mérito e defesa oral dos projetos. Ao final, 112 iniciativas foram contempladas nas categorias de Longa-metragem, Curta-metragem, Produtos para TV, Difusão, Formação, Pesquisa, Preservação, Desenvolvimento de Cineclubes e ainda na categoria Revelando os Pernambucos, destinada a projetos de curtas e difusão pelas regiões do estado. Confira o resultado final aqui.
GÊNERO E INCLUSÃO
O Funcultura Audiovisual 2016/2017 aprofundou a experiência iniciada na edição anterior, no que diz respeito às questões de gênero e de inclusão étnico-racial. Desta vez, o edital aumentou o peso da pontuação de projetos dirigidos ou roteirizados por mulheres. O resultado é que mais de 46% dos aprovados contam com realizadoras desempenhando estas funções.
Na edição anterior, esse percentual foi de apenas 22%. Um salto que eleva Pernambuco a um patamar bem distinto da realidade brasileira, onde a representatividade de mulheres diretoras/roteiristas alcança pouco mais de 20%, segundo dados da Ancine.
Ainda no aspecto da democratização do acesso e da promoção da diversidade, o Funcultura Audiovisual inovou enquanto política pública ao destinar um percentual de aprovação para projetos de obras audiovisuais dirigidos e/ou roteirizados por profissionais negros/as e indígenas, mantendo ainda a pontuação diferenciada para as demais categorias.
Neste sentido, dos 73 projetos aprovados de obras audiovisuais 32,9% contam com diretores e/ou roteiristas negros/as e indígenas, acima do percentual de 20%, estabelecido inicialmente pelo edital. Nas demais categorias, dos 39 projetos aprovados, 71,8% também contam com esses perfis de profissionais em suas equipes de produção. No total, dos 112 projetos aprovados 65 contam com profissionais negros/as e indígenas nas equipes principais.
ACESSIBILIDADE
Dos 443 projetos inscritos, 73% previam recursos de acessibilidade comunicacional; e dos 112 aprovados, 72% contarão com estas estratégias de inclusão. Para além do estímulo das políticas públicas, os dados revelam a crescente preocupação dos produtores em ampliar o acesso das pessoas com mobilidade reduzida ou com algum tipo de deficiência às atividades culturais.
REGIONALIZAÇÃO
Novidade desta edição, os critérios de Regionalização do Funcultura Audiovisual se alinham a uma antiga demanda da cadeia produtiva que atua no interior. Pela primeira vez, o edital incorporou itens como pontuação diferenciada e reserva de aprovação para proponentes que não moram na Região Metropolitana do Recife (RMR). Dos 443 projetos inscritos, 79% são da RMR. Mesmo com essa concentração, dos 112 projetos aprovados, 38% são do interior, sendo o Sertão a RD que mais demandou e aprovou projetos.
Para efeito de comparação, o edital 2015/2016 selecionou 101 projetos, dos quais 23 eram do interior. Agora, esse número salta para 43. Um resultado bastante significativo, considerando a natureza da produção audiovisual, que tende a reproduzir um modelo de concentração nos centros urbanos e nas capitais.