Comédia Nacional

Filme 'Chocante' é um convite à nostalgia dos anos 1990

Longa conta a história de um grupo que tenta reviver décadas depois o efêmero sucesso de sua boy band

Robson Gomes
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Robson Gomes
Publicado em 04/10/2017 às 5:00
Foto: Casé Filmes/Divulgação
Longa conta a história de um grupo que tenta reviver – décadas depois – o efêmero sucesso de sua boy band - FOTO: Foto: Casé Filmes/Divulgação
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Tire o mofo da sua memória e volte aos tempos de VHS. Anos 1990. Época em que a TV nos brindava com pérolas oriundas de programas de auditório como Sabadão Sertanejo e quadros icônicos como a Banheira do Gugu. Na trilha sonora, boy bands como Menudo e Dominó invadiam a telinha com roupas uniformes, geralmente acompanhada de ombreiras e cabelos mullets que, acreditem, eram sensação. Some tudo isso a um hit chiclete que não saíam dos toca-discos e walkmans. É nessa atmosfera nostálgica que somos apresentados a um conjunto sensação que está prestes a fazer um revival em pleno ano de 2017. Afinal, como esquecer da pegajosa música Choque de Amor do grupo Chocante?

É claro que estamos falando de um conjunto fictício que chega nesta quinta-feira (5) aos cinemas de todo o Brasil. Mas a comédia brasileira Chocante, logo de início, provoca isso: a memória afetiva de quem viveu a última década do século 20. Com esse mote, conhecemos então a vida de Téo (Bruno Mazzeo), Tim (Lucio Mauro Filho), Tony (Bruno Garcia) e Clay (Marcus Majella), que se reencontram para, sem saber, reavaliarem suas vidas e, quem sabe até, reviver o sucesso de outrora.

Na pré-estreia para a imprensa em São Paulo, o ator Bruno Mazzeo, um dos roteiristas do longa, comentou que até parece fácil fazer um filme escrito por ele mesmo, mas não é bem assim. “Mesmo quando estou fazendo uma coisa minha, que nunca é só minha, e cercado de amigos, estou procurando algum desafio para mim. Falar sobre paternidade neste filme é algo novo para mim, por exemplo”, argumenta ele. Seu personagem, com o fim precoce da Chocante após “fenomenais” oito meses de sucesso, tenta se virar como cinegrafista. Separado, ainda divide com a ex-esposa a criação da filha Dora (Klara Castanho) que, ao contrário de muitos adolescentes, não verá problemas no passado do pai.

Klara, que já faz sucesso na TV e encara o segundo trabalho nas telonas, contou que, nos dias atuais, não tem uma banda que lhe chame a atenção. “Estamos numa época escassa de boybands. Existem girlbands, mas nenhuma que me impulsione a ser muito fã. Por conta do meu pai, eu sou muito fã de Guns N’ Roses. Sou tiete deles”, conta a atriz de 16 anos, que não foi ao Rock In Rio deste ano vê-los de perto.

A ideia do Chocante tentar voltar à ativa em pleno ano 2010 só vai, na verdade, fazer uma pessoa feliz: a fã número 1 Quézia (Débora Lamm). “Ela é a injeção de autoestima dos meninos, que passam por um momento horroroso, e ela acredita neles até o fim. Tem uma dose de humanidade nela muito alta. Acho que é por isso que as pessoas ficam cativadas pela Quézia”, conta a intérprete.

Essa sintonia de Quézia para com o grupo Chocante reflete atrás das câmeras. É o que revelou Lúcio Mauro Filho. “A Deb é amiga de todos. A única menina no meio daqueles meninos, mas uma menina que sabe falar a linguagem deles. A gente se entrega a Deb com muito mais vontade do que uma mulher normal no elenco”, derreteu-se o ator que dá vida ao Tim. Por amar muito a música, o filme acabou virando laboratório para ele viver o Roney, no ar na novelinha Malhação e até ser mais solto no reality musical PopStar.

FEITO POR AMIGOS

Para o ator pernambucano Bruno Garcia, que interpreta o motorista Tony, o clima de fazer um filme entre amigos reflete numa química que o público vai perceber nas telonas. “O roteiro ficou sensacional e o que foi para a tela é realmente surpreendente. Já fiz vários filmes que deixam coisas pelo caminho, e quando eu vi Chocante pronto pela primeira vez, eu me emocionei, chorei bastante no final”, revelou.

Também assinando como roteirista pela primeira vez, Pedro Neschling faz a subcelebridade Rod, o novo integrante do Chocante que entra de paraquedas na vida dos quarentões. “Ver caras de 40 anos dançando foi a primeira imagem que me fez ter vontade de escrever esse filme. Essa coisa que o Bruno faz questão de ressaltar – do pulo entre o roteiro e crescer na execução – é porque Chocante é mesmo um longa sobre amizade feito por amigos”, revela ele, que espera enfim, “chocar” positivamente o público a partir desta quinta-feira (5).

*O repórter viajou a convite da Imagem Filmes

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