CINEMA

Biografia de Isadora Duncan em cartaz no Cinema da Fundação/Museu

Isadora, com Vanessa Redgrave, é o cartaz da Sessão Sempre aos Domingos, às 10h30 da manhã

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 26/11/2017 às 8:10
Universal/Pictures
Isadora, com Vanessa Redgrave, é o cartaz da Sessão Sempre aos Domingos, às 10h30 da manhã - FOTO: Universal/Pictures
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O ano que nunca acabou está a pouco mais de um mês para começar seu cinquentenário. Até hoje, 1968 virou uma espécie de medida quando se fala em liberdade. Embora tenha vivido na Era do Jazz, a dançarina e free spirit Isadora Duncan, nascida nos Estados Unidos, tinha tudo a ver com os abalos sísmicos que fizeram o mundo tremer em maio daquele ano.

Foi no finalzinho de 1968 que Isadora, a biografia estrelada por Vanessa Redgrave, teve a pré-estreia americana. Em maio de 1969, o filme foi selecionado para o Festival de Cannes, que voltava à vida depois da traumática paralisação do ano anterior, que teve Jean-Luc Godard e François Truffaut entre seus artífices.

Há muitos anos longe das salas, só no ano passado voltou a circular numa versão de 2h19 – em Cannes, foi exibida a mítica versão de 3h –, Isadora é o cartaz da Sessão Sempre aos Domingos, do Cinema da Fundação/Museu, em Casa Forte, que desde junho reapresenta clássicos às 10h30 da manhã, como as antigas sessões dos cinemas de rua do Reci

MONTAGEM

Dirigido por Karel Reisz, um dos integrantes do movimento Free Cinema, responsável pela renovação do cinema britânico na década de 1960, Isadora é uma biografia modelar, mas que não segue regras fáceis de começo, meio e fim. Professor de montagem, Reisz faz dos seus filmes quebra-cabeças temporais. Esse não é diferente, quando parte de um acontecimento-chave da biografia de Isadora Duncan.

Riquíssimo em detalhes e reconstituição de época, o filme apresenta Isadora em cenas da infância, com a própria biografada contando sua história. Afinal, o filme se baseia na biografia que ditou pouco antes de morrer, em 1927, na cidade de Nice, na França.

Com sua peculiar verve e alegria de viver, Isadora é vista em seu ato maior de criação, em performances que fizeram dela o maior nome da dança moderna.

Na vida fora dos tablados, Isadora se lançou em busca da realização amorosa. Apesar de não acreditar no casamento – casava para se separar, dizia – ela teve três maridos, entre eles o russo Sergei Essenin (Ivan Tchenko), que se suicidou em 1925.

Vanessa Redgrave encarna Isadora Duncan com furor e bravura, lançando-se ao ar sem medo para reviver a força da sua dança e da verdade dos desejos de sua personagem. Em pleno voo da conquista do estrelato, Vanessa – filha do ator Michael Redgrave – enfileirou uma série de aparições de sucesso em filmes como O Homem que Não vendeu sua Alma e Blow-Up – Depois Daquele Beijo, entre outros, até o solo de Isadora. Embora tenha dividido a crítica e ter sido remontado, a interpretação de Vanessa não foi contestada e ela ganhou vários prêmios, entre eles o de Melhor Atriz no Festival de Cannes.

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