Temporada de férias é sempre rica para a criançada nas telonas. Muitas produções infantis são lançadas estrategicamente nesta época. No Brasil não tem sido diferente. Se em Dezembro teve o bem-sucedido Fala Sério, Mãe (2017), nesta quinta-feira (18) chega aos multiplex a despretensiosa Gaby Estrella – O Filme, uma adaptação da novelinha musical exibida no canal fechado Gloob entre 2013 e 2015, com três temporadas e 124 episódios.
Porém, não é preciso ter acompanhado a série da TV para compreender o produto que chega aos cinemas. As aventuras da jovem cantora interpretada por Maitê Padilha – que dá título à produção – ganham contornos diferentes e mais ágeis para o universo cinematográfico, trazendo um roteiro mais enxuto e envolvente.
Na sinopse do filme dirigido por Cláudio Boeckel, Gaby Estrella está perdendo espaço no cenário musical para a concorrente Natasha (Luiza Prochet). Para voltar às paradas de sucesso, a menina vai precisar resgatar suas origens interioranas na cidade de Vale Mirim, onde Gaby vai ter que se acostumar novamente com a vida na fazenda e lidar com as encrencas e sabotagens da prima Rita de Cássia (Bárbara Maia).
A trama retrata elementos do universo jovem atual como a corrida pelos likes na internet, o universo dos vlogueiros (“A Kéfera que se cuide”, diz a vilãzinha Rita de Cássia em uma das cenas), sem deixar de lado o aprendizado através dos valores familiares ensinados pela doce avó Laura Estrella (Regina Sampaio).
O processo de Gaby “redescobrir suas raízes” no lugar onde cresceu – algo que lembra o blockbuster da Disney Hannah Montana: O Filme (2009) – tendo contato com os velhos amigos e a natureza levará a jovem artista a refletir sobre o que realmente importa para seguir no caminho para o sucesso.
Regado com música, Gaby Estrella – O Filme tenta explorar, dentro das limitações do universo infanto-juvenil, diversos gêneros. O longa tem cenas de comédia, mas também drama, brigas, reviravoltas, emoção e, claro, sequências singelas de amor da protagonista com o gentil Dô (Rafael Gevú).
Sem um nome forte no elenco, o longa brasileiro conquista pela simplicidade da história, o bom trabalho dos jovens atores e a sensibilidade de Regina Sampaio como a avó Laura. A fotografia bem cuidada e a trilha sonora original também se destacam. Nos quase 95 minutos de filme, a única cena que soa descartável é o musical de Em Um Só Coração, que não pareceu natural dentro da trama.
Para quem já conhece Gaby Estrella, o filme é a oportunidade ver a personagem um pouco mais madura. Caso contrário, é a chance de acompanhar uma história simples, que cativa por trazer a essência da amizade e da família através da música.