Chico Science renasce no documentário Caranguejo Elétrico

Legado do líder da manguebeat é tema de programa da TV Globo

André Nery/JC Imagem
Legado do líder da manguebeat é tema de programa da TV Globo - FOTO: André Nery/JC Imagem

A pouco menos de um ano do 20º aniversário de sua morte, o malungo Chico Science continua vivo – tão vivo que, na virada do próximo sábado (12/3) para domingo (13/3), quando completaria 50 anos de idade, Chico vai invadir milhões de lares nordestino, com a estreia do documentário Caranguejo Elétrico, na programação da TV Globo Nordeste, logo após o Altas Horas.

Além de Pernambuco, o documentário será transmitido nas afiliadas de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. “São cerca de 19,4 milhões de telespectadores potenciais, que podem assistir Caranguejo Elétrico nos cinco Estados”, projeta o diretor de programação da Globo Nordeste, Arísio Coutinho. “Ainda não temos a confirmação da data, mas ele também será veiculado na Globo News e na Globo Internacional, que atinge 160 países em todo o mundo.”

Caranguejo Elétrico teve concorrida première, na noite da última segunda-feira (8/3), no Shopping Tacaruna. Entre os presentes, estavam lá Dona Rita e Lula Louise, a mãe e a filha de Chico, respectivamente. Dos fundadores da Nação Zumbi, foram assistir ao documentário em primeira mão os percussionistas Gilmar Bola 8 e Toca Ogan e o baixista Dengue.

“Foi muito bom ver Chico de novo, porque muitas dessas cenas eu já não lembrava mais, como as imagens do show do Aeroanta, em São Paulo, e outras muitos loucas. Eu fiquei emocionado, não tenho outra palavra. Gostei também de ver a continuidade do trabalho da banda, porque achei que ficaria só em Chico. Como disse Lenine, a história tem reticências, continua”, analisou o baixista Dengue. “Chico merece muito essa homenagem e foi emocionante ver a nossa juventude dessa forma, num documentário”, avaliou Toca.

Produzido pela RTV, Globo Filmes e TV Globo Nordeste, Caranguejo Elétrico demorou um ano para ser feito, mas há pelo menos uma década estava nos sonhos do jornalista e produtor Ricardo Carvalho. Em 1995, ele havia pedido à jornalista Regina Lima, que então morava em Washington (e faleceria poucos anos depois), para ela produzir as gravações do show de Chico e Nação Zumbi no Festival Summer Stage, em Nova York, além de gravar uma entrevista com Gilberto Gil.

“No ano passado, meu pai convidou o jornalista José Teles, do Jornal do Commercio, para fazer a pesquisa e o roteiro, e o diretor José Eduardo Miglioli para iniciarem o projeto. Mas a aventura mesmo foi encontrar as imagens de arquivo”, relembra a produtora executiva Carolina Carvalho. “Enfrentei muitas dificuldades, mas encontrei muitas imagens fora de Pernambuco, nos acervos do Circo Voador e da TV Cultura, que se tornou parceira do documentário. Um dos grandes achados veio do Circo Voador, com a fita com imagens da turnê europeia que Chico deixou lá”.

Além da família de Chico e dos membros da Nação Zumbi, o documentário reúne depoimentos de amigos, produtores musicais e jornalistas que acompanharam a carreira meteórica do cantor, do início do manguebeat até as turnês pelo Brasil e o exterior, como Meia-Noite, Hélder Aragão (DJ Dolores), Fred Zeroquatro, Gilberto Gil, Jorge Mautner, Liminha, Paulo André, Xico Sá, Renato L, Carlos Eduardo Miranda e Marcelo Rubens Paiva, entre outros.

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