A atriz Leandra Leal falou pela primeira vez sobre a filha, a pequena Júlia, adotada por ela e o marido, Alexandre Youseff, no ano passado. Em entrevista a Lázaro Ramos, para o programa Espelho, exibido na segunda-feira (10), ela abordou as particularidades de criar uma criança negra no Brasil.
''Como foi se tornar mãe?", perguntou Lázaro. "Foi muito louco, ela me adotou como mãe", respondeu Leandra. "Você quer proteger, quer cuidar. Ao mesmo tempo você quer que essa pessoa cresça, que ela seja linda, livre, que ela construa. Sentir esse amor dá muita força. Nunca engravidei, mas tive a minha filha da forma mais linda do mundo".
BRASIL CONSERVADOR
Leandra também revelou que se tornar mãe de Júlia a fez cogitar a possibilidade de deixar o País. "Essa onda conservadora que veio tomando conta do Brasil me desmotivou muito. Agora mudou, mas meu impulso inicial quando me tornei mãe foi de proteção e foi tipo 'será que vou viver aqui?' Isso nunca tinha pensado na minha vida, pra mim não existe na minha essência viver e trabalhar sem ser no Brasil, mas eu durante um tempo ano passado fiquei 'o que vai acontecer? Que lugar é esse que eu vou oferecer?", disse.
"Eu tenho muita preocupação com o lugar que ela vai ser criada, com o País que ela vai enfrentar. Mas também comecei a questionar os meus valores, os meus amigos. Eu comecei a ver que a Zona Sul do Rio de Janeiro é algo que eu não via tanto predominantemente branca, e comecei a me incomodar muito, de referências pra ela", continuou.
Intercalando o assunto com reflexões sobre carreira e posicionamentos políticos, a atriz se afirmou feminista e declarou: "Eu sou (feminista) com muito orgulho. Eu acredito que uma sociedade igualitária só vai ser construída quando a mulher tiver o seu lugar ao sol mesmo. Uma sociedade que valoriza o aspecto feminino é muito mais interessante, rica, diversa. O feminismo não é luta por supremacia da mulher. É uma luta pelos mesmos direitos, por uma igualdade.
CONFIRA TRECHO DA CONVERSA COM LEANDRA LEAL: