Quando Segredos de Justiça, série da Globo inserida na programação do 'Fantástico', foi planejada, a ideia era criar um distanciamento entre a personagem principal e sua fonte de inspiração, a juíza Andréa Pachá. A personagem não chegava a ter uma vida fora do tribunal e nem mesmo seu nome era abordado: sempre se referiram a ela como "a juíza". Na segunda leva de episódios, prevista para estrear no dia 4 de junho, há uma diferença crucial: o público conhecerá um pouco mais da vida da protagonista e verá histórias controversas. "A família, os filhos, o irmão e o ex-marido, assim como problemas que acontecem com todo mundo estarão em cena, humanizando ainda mais essa mulher. Essa é a grande mudança em relação ao primeiro ano da série", conta Gloria Pires, que dá vida à personagem principal.
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Assim como em 2016, esta temporada terá cinco episódios e contará com diversas participações especiais. Os nomes incluem atores como Bruno Garcia, Fabiula Nascimento, Osmar Prado e Nívea Maria. Os dois últimos participarão como um casal que passa por uma crise no relacionamento e chega a entrar em processo de divórcio, depois de mais de 40 anos de união. Os problemas começam quando ele descobre que a esposa tem uma identidade virtual falsa nas redes, "Novinha22", para viver as fantasias que não tem coragem de experimentar com o marido. "Procuramos, durante a seleção das histórias, ser mais polêmicos desta vez. Buscamos crônicas do livro que estivessem mais próximas desse desejo", entrega o diretor, Pedro Peregrino, que trabalha com uma única câmera nas cenas da série.
Em 2012, Andréa começou a escrever crônicas que, reunidas, deram origem ao livro 'A Vida Não É Justa'. É dele que saem as histórias e relatos que servem de inspiração para o texto de 'Segredos de Justiça'.
Além de trazer fôlego extra ao projeto, a inserção de uma rotina familiar da juíza marca também um momento de mais segurança na equipe. Como se encaixa em um programa que é pautado principalmente pelos assuntos que marcaram o jornalismo da semana, sobra pouco tempo para a dramaturgia. E esse era um dos receios que Gloria tinha quando aceitou o papel e começou as gravações, no ano passado.
"Havia uma preocupação que as histórias não ficassem tão claras em 12 minutos porque, além da dramaturgia, tinham os depoimentos. Mas, no fim das contas, isso não aconteceu", analisa a atriz, que enxerga 'Segredos de Justiça' como uma atração educativa e esclarecedora. "Acho que a televisão tem a obrigação de mostrar boas práticas porque é o veículo mais democrático que existe. Me realizo fazendo parte de um processo assim, que faz as pessoas refletirem", defende.
ANDRÉA PACHÁ
A equipe aproveita um reforço e tanto nos estúdios: a presença da própria Andréa Pachá, que foi roteirista e trabalhou em uma produtora de teatro antes de ser juíza. Segundo Gloria Pires, Andréa acompanha todas as gravações. "Ela participa mesmo, está viva ali, dando pequenos toques que, embora sejam detalhes, são muito importantes e fortalecem a ideia principal na cabeça de quem assiste", diz Gloria.