A Rua do Hospício torna-se palco para protestos e apresentações artísticas neste sábado (26/8), quando artistas promovem uma Virada Cultural pela reabertura do Teatro do Parque. O evento começou por volta das 10h, com a leitura de um manifesto e apresentações de circo e dança. Mesmo com a chuva, cerca de 50 pessoas já acompanhavam o início do ato e este número foi crescendo com o passar do tempo. Haverá atividades até as 23h, confira a programação completa.
Com o cine-teatro fechado há 7 anos, os artistas ocupam diferentes pontos da via. Alguns se apresentam no Parque Henrique Celibi, um pequeno palco montado em frente aos portões fechados do Teatro do Parque. Outras, no Parque Poético Clarice Lispector. Algumas ações acontecem na rua e nas calçadas, o projeto Som na Rural também fará parte da ação. A variedade de linguagens e escolha dos locais são bastante simbólicas.
O ator Cláudio Ferrário, que leu o manifesto elaborado pelos artistas, afirmou desejar que este dia dedicado ao Teatro do Parque fosse um "marco zero" para as manifestações por outros espaços culturais da cidade - não apenas para que eles fiquem abertos à população, mas que recebam a manutenção adequada.
Uma das primeiras atrações a se apresentar no Palco Parque Henrique Celibi foi a Pantomina Cia. de Dança. "O Teatro do Parque fez parte da minha vida de bailarina. É muito triste para mim ver a qualidade que ele tinha e como ele está hoje. Por isso fiz questão de estar presente nesse movimento pela reabertura", afirmou a professora de dança Taynanda Carvalho.
"Meus alunos, por serem mais novos, só conheceram o Teatro do Parque quando ele estava entrando na pior fase e se prontificaram a vir também. Foi muito gratificante para mim ver o interesse deles. O Teatro do Parque faz parte da vida da cidade e a gente está querendo resgatar isso", completou.
O restaurador Sizenando Antônio Pereira foi ao local acompanhar a Virada Cultural. "Está sendo muito legal, principalmente a reivindicação, que é muito importante. Tem muitas coisas para serem restauradas na nossa cidade, muito patrimônio para ser cuidado. Parece que a turma não está muito preocupada em dar vida a esses patrimônios históricos", avaliou ele.
Por falar em preservação e cuidado, nos intervalos das apresentações a organização lembrava que era preciso deixar a rua limpa, indicando o local onde estavam dispostos o coletor de lixo e os banheiros químicos.
Vida no Bairro
Enquanto a Virada Cultural começava, algumas pessoas já apareciam nas janelas da vizinhança ou paravam em frente às lojas e bares da rua para acompanhar a movimentação. Comerciante da área, Andreza Costa, que também assistia a apresentações no Teatro do Parque, falou sobre como o espaço cultural era importante para a região. "Antigamente isso aqui ficava cheio, depois que o teatro fechou a rua não é mais a mesma. A alegria daqui era o Teatro do Parque", afirmou.
"O comércio caiu também. Aqui tinha barzinho funcionando de domingo a domingo, agora não. Vai ficando deserto, meu pai (que tem uma banca de lanches e bebidas) mesmo agora fecha mais cedo. Com o teatro não, era outra coisa", completou Andreza.
O poeta Miró também participou do evento pela manhã: