“O BBB18 é seu: Gleici!”: Parecia final de novela das nove, mas o Big Brother Brasil, da TV Globo, quem diria, conseguiu parar o País desta vez. O reality show comandado por Tiago Leifert chegou ao fim nesta quinta-feira (19) consagrando a acreana Gleici Damasceno como campeã de forma merecida, coroando a boa temporada que o programa teve ao longo dos 88 dias em que esteve no ar. A prova do sucesso é que a programação local no Estado natal da vencedora – que tem fuso horário de duas horas a mais – fez com que o Jornal Nacional fosse cancelado, e adiassem o capítulo de O Outro Lado do Paraíso para transmitir a grande final ao vivo por lá.
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Gleici sendo campeã passando na TL de vocês. #MaratonaRedeBBB #BBB18 pic.twitter.com/75tbIxa2Oa
— Giovanne #GleiciCampeã ???? (@TeamRealitysBR) 20 de abril de 2018
Gleici, que venceu a Família Lima (3,39%) (Ana Clara e Ayrton) e o favoritismo do sírio Kaysar (39,33%), conquistou 57,28% dos mais de 130 milhões de votos no portal Gshow, único meio de votação popular. O número astronômico também se repetiu na audiência, que teve a melhor final desde 2011, com média de 33 pontos no Ibope. Na média geral, o BBB18 teve os melhores índices desde a temporada de 2010.
Nesta sexta-feira (20), Gleici já seguia sua maratona de vencedora dando uma série de entrevistas nos canais e plataformas do Grupo Globo. No Mais Você, com Ana Maria Braga, a estudante viu a mobilização no Acre, que lotou um ginásio inteiro e um shopping para acompanhar a final.
“As pessoas não sabem muito da minha vida, elas não têm noção. É um filme! De onde eu nasci, onde eu cresci, tudo que eu tentei fazer para mudar onde eu morava. Eu sempre tentei mudar o mundo. As pessoas falavam para eu deixar de fazer isso: ‘Você não vai conseguir’. Eu sempre pensei no todo”, disse Gleici para a apresentadora.
RECONQUISTA DO PÚBLICO
A final do BBB18 foi, de longe, um dos melhores encerramentos de todas as edições. Saindo do óbvio, com VT’s divertidos e emocionantes, o destaque maior ficou para Tiago Leifert, que se jogou em um vídeo especial satirizando programas das emissoras concorrentes dentro do contexto do reality, inspirado no humorístico da casa Tá No Ar. Além de se caracterizar como Datena (Band) e até Faustão, sobrou até para a apresentadora Sônia Abrão, da RedeTV!, pelas críticas feitas por ela sobre sua forma de conduzir a atração. “Ô Sônia Abrão, me tira da geladeira!”, disse ele, nominalmente, na volta do VT.
A descontração de Leifert é um dos ingredientes que fizeram desta edição uma das mais marcantes em todos os 16 anos de programa. A começar pela diversidade do elenco. Os 20 participantes ostentavam características conflitantes e interessantes para serem reunidas num mesmo espaço: desde a “louca dos signos”, passando pelo intelectual, o “bad boy”, o “natureba”, a militante, o estrangeiro, a feminista, o garanhão, a esportista, a bonita. A convivência forçada, junto às situações armadas pelo próprio jogo, deram combustível suficiente para atrair o público novamente a ficar de olho na casa mais vigiada do País.
Outro fator que contribuiu para o êxito do formato este ano foi a pegada familiar do BBB18. Isso vem desde a ideia de colocar uma família como participante, até vigiar os parentes de cada brother em casa acompanhando a atração, além de inseri-los na abertura. Os VT’s semanais nos programas de eliminação criou mais um vínculo do público com os participantes do jogo.
A atualização do BBB também ficou clara ao inserir o contexto das redes sociais no jogo. A produção ficou mais atenta à repercussão na web, os memes criados, as teorias e, claro, as reclamações. Aproximar (e fidelizar) o público digital de um programa de TV nos dias de hoje é um fato raro de dar liga e merece ser destacado.
MERECIMENTO
Ter Gleici como vencedora desta edição do BBB diz muito mais que a conclusão de uma edição do reality. A acreana vem de família humilde, tem um passado duro, de muitas lutas. Militante social e defensora das minorias, ela não vestiu a carapuça de “vítima” para conquistar o público. E aí está o maior trunfo da “fada”, carinhosamente chamada nas redes sociais.
O sírio Kaysar era um forte candidato e, até o último instante, ameaçava o título de Gleici. A história real de um refugiado da Guerra da Síria, que sonhava ganhar o programa para tirar parte de sua família do sofrimento comoveu muitos brasileiros, principalmente pelas últimas notícias veiculadas sobre aquele país. Mesmo sem a bolada do programa, Tiago Leifert anunciou ao estrangeiro que a TV Globo interveio junto a ONU para tentar solucionar o seu problema pessoal.
Com personagens tão ricos e uma final emocionante, o programa segue garantido em 2019 com a responsabilidade de ser tão bom quanto o BBB18. Parafraseando o famoso meme da internet, 16 anos depois, o BBB ainda está “mais vivo” do que nunca.