A mesma voz suave que reconhece, em música, que o tempo é “mano velho” e que ainda falta um tanto pra que ele corra macio, empresta o tom tranquilo para crônicas de jornais. Como reiteram esses textos, os olhos levemente puxados de Fernanda Takai, vocalista e uma das compositoras da Pato Fu, nunca deixaram de associar a poesia às sutilezas de seu cotidiano de artista, mãe, filha, esposa e dona de casa. A amapaense, quase mineira, vem nesta quarta (26) ao Recife lançar seu segundo livro de contos e crônicas, A mulher que não queria acreditar (Panda Books, 120 páginas, R$ 27), e participa de um debate sobre literatura, música e criação, na Caixa Cultural Recife, às 19h30.
“Quando me convidaram para escrever, eu tinha uma coisa em mente: fugir do tema música”, lembra Fernanda, em entrevista por telefone. “Decidi mostrar as outras vertentes de mim, mais prosaicas, sabe? Como a Fernanda que cozinha, ajuda a filha com a lição de casa e passeia com o cachorro”, explica a cantora. Segundo ela, também autora de Nunca subestime uma mulherzinha, quem a lê, pode compreendê-la melhor do que quem a ouve.
“O público também difere. É muito comum encontrar leitores que não me ouviam, mas gostam dos textos do jornal”, exemplifica. Considerada pela crítica uma banda de consistência lírica, a Pato Fu deu visibilidade aos múltiplos talentos de Fernanda, que já assinou colunas em publicações de todos os tipos. “Já escrevi para revistas como Pais e Filhos, Joven Pan, Playboy e até Globo Rural!”, lista.
O público infantil, já agraciado com o espetáculo Música de brinquedo (2010), lançado em CD e DVD pela banda, é um dos filões que Takai, “mãe da Nina, de nove anos”, planeja explorar no campo literário. “Ainda não posso dizer sobre o que é este novo projeto, mas estou tocando com ele para, quem sabe, lançar no final do ano”, adianta.
O evento ainda recebe o escritor mineiro Afonso Borges, sinaliza a estreia do projeto Minas – Pernambuco, que ocorre entre os dois estados. Na ocasião, os 100 primeiros livros de Takai serão vendidos a R$ 5, e os demais ao preço comum das livrarias.
Leia a matéria completa no Jornal do Commercio desta quarta (26), no Caderno C