FLIPORTO

Antonio Cicero e João Almino falam da cidade e da poética

A mesa serviu para mostrar a diferença de abordagem do poeta carioca e do romancista potiguar

Do JC Online
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Publicado em 17/11/2012 às 16:26
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Na segunda mesa do sábado (17/11) na tenda principal da Fliporto, o poeta e filósofo carioca Antonio Cicero e o romancista potiguar João Almino foram convidados para debater o papel da cidade nos seus trabalhos. Apesar do tema em comum, os falaram mais sobre a construção das suas obras, pouco parecidas entre si.

Antonio Cicero recebeu a maior parte da atenção da plateia, sendo bastante perguntado ao final da conversa com a jornalista Mona Dorf e o colega de mesa. Para o poeta, as cidades contêm infinitos livros - não exatamente pelos livros físicos que fisicamente contém, mas pelo potencial de histórias. Sobre seu fazer poético, destacou que nunca sabe quando um poema está pronto. "Desconfio do poema que vem feito, que vem facilmente. Sou meio cabralino". Comparando com a criação de letras de música - já compôs para Marina Lima, Adriana Calcanhoto e João Bosco, entre outros - com seu fazer poético, falou que a poesia é mais autônoma.

João Almino falou da escolha por Brasília como cidade e personagem dos seus cinco romances. "Resolvi criar a minha própria Brasília para não falar de uma Brasília imaginária, mítica, utópica", disse o autor. A capital federal funciona, para ele, como uma síntese do Brasil. "Quando comecei a escrever meus romances, em 1987, achava que a minha obra precisava tentar mostrar os novos horizontes do Brasil", explicou. Evitar falar do Nordeste, sua região de origem, era uma forma também de fugir das sombras do regionalismo, principalmente da influência de Graciliano Ramos, a quem chamou de mestre.

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