Dos concursos voltados para a publicação de inéditos, o Prêmio Sesc de Literatura é, talvez, o que mais tem revelado bons nomes para o Brasil, a exemplo de André de Leones e Luísa Geisler. A escritora e jornalista Débora Ferraz, pernambucana radicada na Paraíba desde 2001, foi a grande vencedora da 10ª edição da disputa, com o romance Enquanto Deus não está olhando. O livro vai sair pela editora Record ainda neste ano.
No romance, Débora, que nasceu em Serra Talhada, conta a história de uma artista plástica iniciante que, diante do desaparecimento do pai, tenta entender sua relação com ele. A trama começou a ser escrita em 2008 e, no ano seguinte, o pai da própria autora faleceu. A obra só foi retomada em 2011, com um trabalho meticuloso de entrevistas com artistas plásticos, por exemplo. “Eu parti da reflexão sobre o instante modificador. Aquele milésimo de segundo em que parece que, a partir da ali, tudo se transformou; o segundo que dá a impressão que alguma coisa foi perdida”, ela conta na entrevista para o site do Sesc.
Um dos fatos interessantes da trajetória de Débora, de 27 anos, é que, ainda em 2005, durante o Festival Nacional de Artes (Fenart), em João Pessoa, ela participou de uma oficina literária ministrada por Raimundo Carrero. Antes de Enquanto Deus não está olhando, ela já havia publicado um volume de contos, Anjos, por conta própria.
O vencedor na categoria de contos neste ano foi o psicólogo paulista Alexandre Marques, com o livro Parafilias.
Leia mais na coluna Escrita, no Jornal do Commercio de terça (25/3)