Com o favoritismo confirmado, o poeta e crítico de arte maranhense Ferreira Gullar foi eleito na tarde desta quinta para a Academia Brasileira de Letras (ABL). O autor de Poema sujo, um dos maiores nomes vivos da literatura tupiniquim, vai ocupar a cadeira 37 da casa, que pertencia ao poeta Ivan Junqueira. Gullar foi eleito com 36 votos a favor e uma anulação.
Dono de uma das principais trajetórias da nossa escrita, Gullar nasceu José Ribamar Ferreira, na cidade de São Luiz do Maranhão. Foi para o Rio de Janeiro nos anos 1950, fez parte do concretismo e, depois, rompeu com o movimento dos irmãos Campos, tornando-se parte dos neoconcretos.
Engajado, o poeta fez parte do Partido Comunista Brasileiro e foi preso durante a ditadura militar, depois do AI-5, em 1968. Nos anos 1970, exilou-se no do país, vivendo na Rússia, no Chile, no Peru e na Argentina.
ESTILO
Sua poesia, sempre tentando captar o espanto com algum aspecto da realidade ou da linguagem, tem como um dos pontos altos o Poema sujo, de 1976, um marco na poética nacional.
Neste mês, a ABL terá ainda eleições para as vagas deixadas em aberto com as mortes de João Ubaldo Ribeiro e Ariano Suassuna.