O escritor Ariano Suassuna ganha mais uma homenagem póstuma com a realização do 3º Festival RioMar de Literatura Pernambucana, que ocorre desta terça (17) a quinta-feira (19), no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura, a partir das 15h. A entrada é gratuita, sujeita à disponibilidade de assentos.
“A finalidade do festival literário é valorizar nossos talentos culturais, artísticos e promover o diálogo entre o público e os diversos segmentos na sua pluralidade de expressões, seja no campo da prosa, da música, da poesia, do romance, do conto, do teatro e do cordel”. Carmen Peixoto, relações institucionais do RioMar.
Idealizado por Ariano, o Quarteto Romançal abre a homenagem ao escritor e dramaturgo, no primeiro dia. Um dos maiores estudiosos da estética e da obra de Ariano, Carlos Newton Júnior divide painel com a jornalista Adriana Victor, que acompanhou de perto o mestre de Taperorá como sua assessora de imprensa. Eles falarão sobre vida e obra. No segundo dia, caberá a Lourival Holanda discorrer sobre o papel de Ariano como norteador da cultura brasileira. E na quinta-feira, o festival presta uma homenagem a Dantas Suassuna, continuador da obra do pai.
Durante todo o festival, o grupo Dispersos Cia de Teatro fará encenações de textos e fragmentos da obra de Ariano. Na maioria dos painéis e debates, a literatura vai estar relacionada com outra arte.
O escritor e cineasta Fernando Monteiro e o professor e crítico de cinema Alexandre Figueiroa abordam a relação com a sétima arte. Fernando é pretende “fazer justiça a uma grande adaptação para o cinema: a do romance Nicholas Nickleby, de Charles Dickens, magnificamente dirigida, em 1947, pelo brasileiro Alberto Cavalcanti. A opinião não é só minha: trata-se de voz unânime, internacionalmente, que a melhor transposição de romance de Dickens para o cinema”. Figueiroa por sua vez vai enfocar as adaptações da obra de Ariano para o cinema.
O escritor, jornalista e blogueiro Homero Fonseca, por sua vez, discute para quem a o conto atual está sendo feito. Para ele, o grande ausente é o leitor comum. “Ninguém escreve para ele”, diz Homero, para quem as obras hoje se destinam mais a leitores especializados e a os próprios escritores.
O jornalista e editor da revista Vacatussa, Thiago Corrêa, fala sobre o conceito de literatura eletrônica, explicar o que é e estabelecer diferenças com a literatura, digamos, impressa. “Pretendo meio que desmistificar a ideia geral que propaga sobre a literatura eletrônica, onde muitas vezes se atribui características a internet, mas que já podiam ser encontradas em obras impressas”.
O contista e dramaturgo Cícero Belmar fala da mudança que houve no teatro no ano passado “Com poucas opções de casas de espetáculos para levar as encenações, os artistas passaram a apresentar peças de teatro em casa, para um público reduzido de espectadores em cada sessão. Numerosas peças foram encenadas. O que contava mesmo era a interpretação dos atores e o texto”, diz Belmar. Ele vai ressaltar ainda do estranhamento em ver um personagem escrito para a literatura ganhar corpo em cena.
O encerramento do festival terá como tema o humor, com Jessier Quirino interpretando o espetáculo Papel de bogeda.