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Marcelino Freire fala sobre novo romance e oficinas literárias

Escritor tem conversa com Raimundo Carrero, oficinas literárias e participação em apresentação do Angu de Sangue na sua passagem pelo Recife

Diogo Guedes
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Diogo Guedes
Publicado em 26/01/2017 às 14:30
Virgínia Ramos/Divulgação
Escritor tem conversa com Raimundo Carrero, oficinas literárias e participação em apresentação do Angu de Sangue na sua passagem pelo Recife - FOTO: Virgínia Ramos/Divulgação
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Além de participar nesta quinta (26) de apresentação do Janeiro de Grandes Espetáculos, Marcelino Freire tem outros compromissos na sua passagem por Pernambuco. Na sexta (27), por exemplo, reencontra um velho amigo e mestre, Raimundo Carrero, para uma conversa sobre a sua escrita e uma leitura de trechos de suas novas obras. A mesa acontece a partir das 19h, no Centro Cultural Raimundo Carrero, no Espinheiro. Também sexta (27), ele começa uma versão compacta da Oficina Toca Literária no Impact Hub – vão ser duas turmas, ambas esgotadas.

Na conversa com Carrero, Marcelino Freire prometeu mostrar um trecho do seu novo livro. No entanto, confessa estar “lascado de dúvida”. “Eu escrevi dois romances. Duas noveletas nesses últimos anos. Vou testar aí, à frente do mestre Carrero e da plateia, qual delas mando para impressão. Uma das novelas, é a partir da canção Dora, de Dorival Caymmi, e fala de frevo e de maracatu. A outra, é a história de um ator na noite de seu suicídio. Ambas ainda estão sem título definido”, comenta o autor. “Já me sugeriram para eu publicar as duas em um único volume. Mas eu não sou Juan Rulfo (risos). O Recife aí, o encontro aí com Carrero e amigos, é que vai me ajudar a bater o martelo. Aguardemos o veredito.”

A conversa marca o encontro de dois amigos de longa data. Marcelino Freire, afinal, fez parte da primeira turma da oficina literária de Carrero, “um amigo, meu grande primeiro mestre, um pai, um irmão mais velho, um parceiro”. “Carrero é o grande chefe desta nossa quadrilha (risos). Aprendi e aprendo demais com ele. Carrero me ensinou a ler. Tornei-me melhor leitor. E, a partir daí, sigo me esforçando para ser um melhor escritor. Ser escritor é um trabalho sem fim”, explica. “E o mestre Carrero está sempre em nosso norte, é para onde a gente olha na hora de se aprumar. Imagine a emoção de estar com ele no centro cultural que leva o nome dele? Vai ser uma noite de festa. Vai ser uma noite de celebração. Em tempos tão sombrios, só a literatura para nos unir. Este afeto é a nossa arma. Nossa ‘palavrarma’, de mão a mão, compartilhada.”

OFICINAS

Agora professor de oficinas, Marcelino Freire acredita existe uma formação de leitores, mais do que de escritores. É um lugar de aprendizado também para ele. “Oficina é feita por pessoas. E são essas pessoas com quem eu quero aprender, discutir, dialogar, trocar parafusos. Sou sempre ‘um outro’ depois do contato com ‘os outros’”, conta. No ano passado, o autor de Angu de Sangue e Nossos Ossos circulou pelo Brasil com a Toca Literária. “Fiz amigos e fiz parágrafos por onde andei. Eu não gosto de que me intitulem ‘professor’ e também ninguém é ‘aluno. É um bando de gente e de geografias que se encontram. E a gente acaba formando uma quadrilha. Eu acabo ganhando, por onde ando, parceiros do crime. E isso me fortalece. E isso me anima. E a gente, todo mundo junto, luta contra a mediocridade reinante, luta contra o ‘golperno’ que aí está”, conclui.

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