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Cepe lança obras dos vencedores de seu concurso literário no FIG

Trabalhos transitam entre diferentes gêneros, como romance, poesia e contos

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Publicado em 28/07/2017 às 12:20
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Trabalhos transitam entre diferentes gêneros, como romance, poesia e contos - FOTO: Divulgação
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O mercado editorial brasileiro vem dando sinais de recuperação, com alta nas vendas em 2017, segundo pesquisa recente publicada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). No entanto, para os autores, viabilizar a publicação de suas obras ainda é um caminho cheio de percalços. Nesse contexto, editais e concursos assumem um papel importante na divulgação de novos e consagrados talentos. É o caso do 2º Prêmio Cepe Nacional de Literatura, cujos trabalhos vencedores serão lançados sexta-feira (28), às 18h, no Festival de Inverno de Garanhuns.

Com um total de 711 inscrições provenientes do Brasil e de outros países, a ação contemplou os vencedores das quatro categorias com R$ 20 mil reais cada, além da publicação de suas obras. Foram contemplados Walter Moreira Santos (PE), com Arquiteturas de Vento Frio, na categoria poesia; Luís Sérgio Krausz (SP), com o romance Outro Lugar; Milton Morales (SP), com Dancing Jeans – Baixo Augusta e Outros Contos; e Lourenço Cazarré (RS), com o infantojuvenil Os Filhos do Deserto Combatem na Solidão.

“Prêmios literários são essenciais para pôr a lume obras que fogem à lógica do mercado editorial; um livro como Grande Sertão: Veredas ou Ulisses só seria possível vir a ser publicado nos dias de hoje no Brasil se fosse mediante concurso. Tenho um romance inédito que foi recusado por várias editoras por conta do número de páginas. Quanto ao momento tenebroso, dezenas de editoras fecharam as portas nos últimos dois anos e isso já diz tudo sobre o efeito nefasto da crise no mercado livreiro”, opina Walther Moreira.

Natural de Vitória de Santo Antão, Moreira Santos, além de escritor, também é ilustrador e já publicou dezenas de livros, além de vencer prêmios como o Sesc de Poesia e o Casa da Cultura Mário Quintana. A obra que lança agora, Arquiteturas de Vento Frio, demorou dez anos para ser impressa e reúne poemas que abordam temas do cotidiano a partir de uma linguagem que presa pela simplicidade.

“Este livro estava guardado, meio que esquecido, há uns 10 anos; não fosse o Prêmio Nacional CEPE de Literatura ele talvez viesse a ser publicado. O título advém do frio na espinha de quando se perde o chão – quem já experimentou uma grande perda vai entender; os poemas foram reunidos segundo esse viés. O título advém do frio na espinha de quando se perde o chão – quem já experimentou uma grande perda vai entender. Os poemas foram reunidos segundo esse viés. Minha poesia é simples como a água e isto é sim uma escolha consciente. De modo geral, escrevo sobre o que me incomoda”, diz o escritor.

DIVERSIDADE

Já o infantojuvenil Os Filhos do Deserto Combatem na Solidão, do jornalista Lourenço Cazarré, conta a história de africanos raptados para o Brasil, onde foram escravizados, e sua luta por liberdade, promovendo um resgate histórico de um período sombrio da história do país. Dancing Jeans – Baixo Augusta e Outros Contos, de Milton Morales Filho, reúne histórias que são conectadas por linhas centrais que as permeiam.

Outro Lugar, de Luís Sérgio Krausz foi classificado pela comissão julgadora como “um vertiginoso épico cosmopolita” que atravessa diferentes épocas – do final do século 19, passando pelas décadas de 1920 até 1970. O romance é ambientado em São Paulo, Nova York, Paris, Beirute e Israel

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