O músico, ator e dançarino Helder Vasconcelos (ex-integrante da banda Mestre Ambrósio) está preparando um novo espetáculo. Para isso, mantém conversas constantes com o também artista, pesquisador e professor italiano de arte e novas mídias Armando Menicacci. Os bate-papos têm sido tão ricos que os dois resolveram compartilhar suas trocas de ideias por meio do evento gratuito Gesto e som, música e dança, marcado para acontecer hoje, às 19h, no Centro Cultural dos Correios, Bairro do Recife.
Os dois têm discutido intensamente sobre a busca de sistemas tecnológicos que revelem e se aprofundem na interação entre música e movimento em cena. É uma abordagem que procura entender e utilizar as estratégias atuais de captura do gesto para criação de som, a exemplo de sensores, programação, estética e mapping. Este, por sua vez, funciona como um sistema de projeção de imagens por mapeamento capaz de criar sofisticadas ilusões e transformar completamente determinados cenários.
O artista fala no uso de tecnologias digitais como elemento ampliador das expressões artísticas, da sua maior captação e assimilação por parte do público que vê, ouve e interage. Para facilitar ainda mais o que ele está querendo passar, Helder retrocede e cita o caso dos dançarinos sapateadores. “Aquela placa usada no solado dos sapatos é um exemplo de tecnologia, feita para as pessoas perceberem melhor o que o artista quer transmitir”.
Entre os principais objetivos do diálogo aberto com o público está o de tentar estreitar os laços entre músicos, dançarinos, atores. “O tema é muito pertinente e interessante. Em Pernambuco, essa interação acontece de forma muito harmônica entre as tradições. Mas no contexto contemporâneo precisamos trabalhar mais essas questões”, propõe Helder, cuja principal base da sua formação veio da participação em manifestações populares como cavalo-marinho e maracatu de baque solto.
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