Rock

Metal, punk, hardcore e rock´n´roll no Matanza Fest

Festival reúne banda carioca e grupos pernambucanos

AD Luna
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AD Luna
Publicado em 19/01/2013 às 6:04
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Hardcore, punk, country hardcore, heavy, thrash e death metal. Fãs dessas vertentes do rock pesado terão uma boa oportunidade de balançar as cabeças e se divertir nas famosas e desafiadoras rodas de pogo hoje, a partir das 21h, no Bar Catamaran, Bairro do Recife. O Matanza Fest vai reunir os grupos pernambucanos Cruor, Vocífera, Fourpigs e Delta 7 e o dono da festa, Matanza, cujo vocalista informa como deverá ser a apresentação do quarteto carioca. “Como sempre, eu só posso prometer que vamos suar sangue e fazer o melhor que pudermos. O resto do show quem faz é o público. Mas como eu já conheço a galera insana daí, tenho a leve impressão de que vai ser foda!”, adianta Jimmy London.

Baseada no lema “música boa e bebida barata”, o Matanza Fest está girando o País em comemoração aos 15 anos da banda, completados em 2012, e para divulgar o novo CD, Thunder dope (DeckDisc). Em todas as cidades por onde passou (Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo), o Matanza incluiu artistas locais de variadas tendências roqueiras na programação. “Música boa independe de estilo. Nossa ideia foi trazer bandas que trabalham, que são profissionais e que têm música boa. O estilo fica por conta de quem gosta desse tipo de coisa”, explica London. 

A ideia de um grupo criar seu próprio festival não é nova. No exterior, os gigantes do Metallica organizaram o primeiro Orion Music + More, em 2012. Além de abrigar grupos não ligados ao heavy metal – a exemplo da rapaziada indie do Arctic Monkeys –, o evento também abre espaço para outras atividades culturais e de lazer. O mesmo já fizeram Ozzy Osbourne (com o famoso Ozzy Fest), The Cure e Blind Guardian.

No Brasil, o Sepultura capitaneou o Sepulfest em 2004. Inclusive com a participação da Nação Zumbi, na sua edição paulistana. No Rio de Janeiro, o Matanza foi uma das atrações. 

Para Jimmy, a experiência de ter tocado nesse e em muitos outros festivais (Rock in Rio, Abril pro Rock, Porão do Rock, Goiânia Noise) além da média de 90 apresentações anuais, fizeram o grupo conceituar o que seria um concerto próximo do ideal. “Não precisava de tanto, na verdade. Boas bandas, som bom, boa bebida em um lugar maneiro. Daí nasceu o Matanza Fest. Os prazeres são os mesmos de um bom show, ver a rapaziada se divertindo pra cara**”, conta. Quanto aos desafios e problemas que surgem para quem se envolve em tal empreitada, London não se mostra nem um pouco preocupado e “saúda” tais obstáculos com um palavrão. 

Produzido por Rafael Ramos e pela banda, Thunder dope reúne regravações de músicas compostas nos primeiros anos do Matanza mas que nunca chegaram a ser gravadas. Chega até a ser estranho, visto que o disco está repleto de divertidas e irreverentes pedradas sonoras que provavelmente devem ter agradado seus fieis admiradores. Entre os destaques, os hardcores Matanza em Idaho, Dashville chainsaw massacre, Pare nos quatro motores; o countrycore My old friend liver e o rock mais cadenciado Mulher diabo – a qual, com seus quase quatro minutos é a mais longa do CD, repleto de composições com média de dois minutos. “Gravar essas músicas foi duca***, porque nos lembrou ótimos tempos da mais pura vida de bebum”, diz London. 

As letras tanto de Thunder dope quanto da maioria das canções do Matanza giram sempre em torno dos temas-chave briga, confusão, bebida e mulheres, sempre emolduradas por instrumental pesado, bem tocado, e pelas vocalizações sarcásticas de Jimmy London, que preza por boa dicção. Tanto que é possível entender o que ele canta/berra até sem ler o encarte. Um fato interessante em relação à formação do grupo é que, apesar de ser o principal compositor, o guitarrista Marco Donida não faz mais shows. A função cabe à Maurício Nogueira. Completam o time, China (baixo) e Jonas (bateria).

Alguns artistas do rock, quando mais velhos, acham que precisam compor coisas mais "maduras" por conta da idade e acabam fazendo músicas e discos mais dóceis, menos perigosos. Indagado se vislumbra algo parecido no futuro do Matanza, Jimmy responde: “Bróder, eu me preocupo em ficar vivo até o dia de amanhã. O que faremos eu não tenho ideia, mas tenho certeza que vamos nos divertir fazendo. A verdade é que sem prazer, não temos vontade de fazer as coisas”. 

PERNAMBUCANOS

Vencedor de um concurso realizado via Facebook, o Delta 7 abre o festival. O grupo foi criado 2008, em Toritama, interior de Pernambuco, e faz uma mistura de hard rock com rap e hardcore. 

Na sequência vem a Vocífera. Formada só por mulheres, a banda é uma das revelações do death metal nordestino. Os shows do quinteto têm recebido muitos elogios. No ano passado, Lidiane Pereira e Erika Mota (guitarras), Marcella Tiné (bateria), Amanda Salviano (baixo) e a impressionante vocalista Ângela Metal lançaram um EP homônimo, o qual, mesmo com apenas duas músicas, tem rendido bons frutos para as moças. “A verdade é que a internet é a nossa grande aliada nessa história toda. É por meio dela que a galera compartilha nossa música para os amigos e, assim, a Vocífera vai mais longe – pessoas de outros países já vieram falar conosco, pedir material. Tudo isso nos empolga ainda mais”, vibra a guitarrista Erika.

Com seus 25 anos de thrash metal, o Cruor já dividiu o palco com importantes bandas nacionais e internacionais como Megadeth, Death Angel, Sepultura, Ratos de Porão, Overdose, Chakal e Attomica. Depois da participação no Matanza Fest, Wilfred Gadelha (vocal), Bruno Montenegro (bateria), Jairo Neto (baixo) e Túlio Falcão (guitarra) vão dar uma parada nos shows e se concentrar na concepção do novo trabalho, previamente intitulado Back to the front e que sucederá o EP Unburied, lançado em 2010. O quarteto vai tocar cinco das novas composições no festival. A produção deve ficar nas mãos de Marco Antônio Duarte, guitarrista da também local Decomposed God, que já está acompanhando os ensaios.

O Fourpigs aproveita o Matanza Fest para lançar o CD demo Vem pro cabaré. Punk, hardcore e rock´n´roll na linha de AC/DC, Kiss e Motörhead formam a teia sonora de Diego Salcedo (bateria), Henrique Vilela (baixo e voz), Marcelo Demo (guitarra e voz) e Renato Vilela (guitarra) está bem sintetizada nas faixas Confesso que bebi, Só não bebo veneno, Herança e virginidade pra quê?, Four pigs (instrumental) e a faixa título. O disco foi mixado e masterizado por Jimmy London, vocal do Matanza, no Rio de Janeiro. Os shows do grupo são sempre altamente enérgicos e divertidos. 

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