Cantores, atores, produtores, fãs, amigos e familiares deram o último adeus a Emílio Santiago, no fim da manhã desta quinta-feira. O Deus de Ébano da música popular brasileira, imortalizado pela série de discos Aquarela teve o seu corpo sepultado por volta das 12h30, no Memorial do Carmo, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, ao lado do local onde sua mãe Ercília foi enterrada, no cemitério vertical do bairro do Caju.
Carlinhos Brown, Luiz Carlos Miéle e Neguinho da Beija-Flor estavam entre os presentes no cemitério. O corpo de Emílio Santiago foi velado na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, por onde passaram a cantora Nana Caymmi, Marília Pera, Alcione e Elba Ramalho, entre outros.
Emílio Santiago morreu em decorrência das complicações respiratórias e cardíacas por conta de um acidente vascular cerebral isquêmico (AVC), aos 66 anos. Ele estava internado desde o dia 7 de março no Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul do Rio, após ser socorrido em seu apartamento de cobertura no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro, por uma empregada.
Comparado a Nat King Cole, pela suavidade da voz, a Johnny Mathis, Rod Stewart (pela gravação das Aquarelas, miliar ao American song boog do cantor britânico) e a Dick Farney, Emílio Santiago foi adotado por uma outra família que lhe deu formação e amparo, mas manteve seus laços com a humilde família biológica. Formou-se em direito, mas seu destino era mesmo a música. Cantou nas boates do Rio de Janeiro, como a Vogue, algumas vezes acompanhado o pianista da bossa nova Luiz Carlos Vinhas. Participou de vários festivais da canção, ganhando prêmios. Foi revelado no programa de Flávio Cavalcanti, na extinta TV Tupi, cantando músicas de Tom Jobim.
Emílio Santiago deixou vários amigos no Recife, onde tinha um apartamento no Bairro de Santo Amaro. Em dezembro do ano passado, recebeu o título de Cidadão Pernambucano. Sua última gravação foi para a exposição Diários das frutas, lendo um texto do jornalista e cronista Bruno Albertim e para os quadros de Tereza Costa Rêgo.