É declamando que vai “andando, sem saber aonde ir” que Jorge du Peixe (vocal), Dengue (baixo), Lúcio Maia (guitarra) e Pupillo (bateria) revisitam Jorge Ben Jor. Eles abrem com a faixa Vou andando o álbum Los Sebosos Postizos interpretam Jorge Ben Jor, da banda Los Sebosos Postizos, projeto paralelo dos integrantes da Nação Zumbi. O disco foi lançado no ano passado pela DeckDisc. A canção, que pertence ao quinto álbum de Jorge Ben, O bidú: silêncio no Brooklyn, de 1967 – assim como outras duas músicas do disco –, estarão presentes no show que o Los Sebosos realiza neste sábado (24), no Baile Perfumado.
Priorizar a fase inicial do músico e compositor foi proposital desde o início do projeto, por volta de 1999, quando o quarteto se reunia no Bairro do Recife para realizar a Noite do Ben, que conquistou o público, cresceu e os shows foram se fazendo cada vez mais frequentes. “Começou bem tímido, quando a gente só tocava nos botecos do Recife Antigo, até que acabamos transformando o projeto em algo mais regular”, explica Dengue. “Em relação às músicas, sempre decidimos escolher a fase mais inicial de Jorge Ben Jor porque achamos que foi o melhor da produção dele.”
Entre as menos conhecidas, estão A jovem samba (do álbum nO bidú: silêncio no Brooklyn), Quero esquecer você, A tamba (ambas de Samba esquema novo, de 1963) e ainda Cinco minutos e O homem da gravata florida (do disco A tábua de esmeralda, de 1972). Mas também não faltam clássicos em Los Sebosos Postizos interpretam Jorge Ben Jor. Não poderia chamar de reinterpretação do mestre Jorge sem as inevitáveis O telefone tocou novamente, Os alquimistas estão chegando, os alquimistas e Rosa, menina rosa. Na versão dos Los Sebosos para O telefone..., o violão e a cuíca da canção original foram substituídos pelos riffs da guitarra de Lúcio Maia e pelo pandeiro. O sambinha teve seu ritmo diminuído e ganhou o acréscimo dos trompetes de Guizado.
A roupagem dada pelos pernambucanos à música O alquimistas estão chegando, os alquimistas não difere muito da de Jorge Ben, mas apesar da faixa ganhar quase dois minutos a mais, ela comprova que a força vocal de seu compositor é quase inalcançável. A voz de Du Peixe não chega nem perto.
Leia matéria completa na edição deste sábado (24) do Cadeno C, no Jornal do Commercio