A voz e o violão de Adriana Calcanhotto, retumbantes, pela estrada afora. A turnê Olhos de Onda, que chega ao palco do Teatro RioMar no domingo, às 20h, parece não ter fim – e com razão. “Vou encerrar quando pararem de pedir”, diz a cantora gaúcha, em entrevista por telefone ao Jornal do Commercio.
Músicas como Vambora e Esquadros, na ponta da língua dos fãs e com lugar cativo nas frequência das rádios, raramente voltariam a ser interpretadas pela cantora não fosse essa turnê que revisita sua trajetória. Trazê-las de volta ao palco, conta Adriana, é, de certa forma, reaprendê-las. “Essa é uma parte interessante desse show, que é retomar as canções. Como fiquei um tempo sem essa intimidade com o violão, precisei reaprender as minha músicas. É um bom exercício, coisa que não faria sozinha, em casa, se não recebesse esse convite”, admite.
O concerto, intimista, na medida para ser apresentado no teatro. O repertório, orgânico, transmutado pela estrada. O fato de viajar sem banda, na companhia do violão (e corpo técnico, apenas), leva Adriana a se deixar levar sem roteiros. Segundo ela, é legal viajar com caminhões de cenário e contêineres, mas a configuração minimalista da turnê Olhos de Onda possibilita o alcance a locais que não comportam mega estruturas.
Olhos de Onda, Motivos Reais Banais e E Sendo Amor são as canções inéditas do repertório. A primeira, que batiza a turnê, reafirma o compasso marítimo da cantora, reincidente em seus trabalhos: “preciso sempre saber que o mar está ali”.