Apontado pela Secretaria de Cultura e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) como um programa que cumpre a missão de fortalecer os laços de cada território com sua própria tradição, valores, costumes, etc, o Festival Pernambuco Nação Cultural (FPNC) foi abortado nas cidades de Pesqueira, Gravatá, Taquaritinga do Norte e Exu, devido aos cortes orçamentários que a área tem sofrido em decorrência da crise que afeta o País e, em particular, Pernambuco.
O Secretário de Cultura, Marcelino Granja, trata o tema como se não fosse novidade. “A luta para economizar os recursos não é de agora. Já estamos no mês de setembro, mas o governador (Paulo Câmara) anunciou antes da posse que teríamos um 2015 difícil. As medidas que foram tomadas para fazer economia de despesas foram determinadas no início do ano”, reconhece, em entrevista por telefone ao Jornal do Commercio. Eventos como o Carnaval, o São João, o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), o Festival de Cinema de Triunfo, o Ciclo das Paixões e o próprio Pernambuco Nação Cultural, que ocorreram com investimentos bem menores que edições anteriores, foram citados como exemplos da contenção nos gastos. “Toda a agenda cultural do Estado foi mantida, mas com a gente economizando dinheiro”, assegura.
Marcelino exerce a arte da retórica ao dizer que os festivais não foram cancelados pois não foram pactuados com as prefeituras. Na prática, o que ocorre é que a realização de festas tradicionais abraçadas pelo Festival Pernambuco Nação Cultural – a exemplo da Festas das Dálias, em Taquaritinga do Norte; da Renascença, em Pesqueira; da Estação, em Gravatá; e a Festa de Exu, que encerra, em dezembro, o calendário cultural do festival - volta a ser de responsabilidade exclusiva dos gestores municipais.
“Deixamos de ter um conjunto de festivais para implementarmos um programa. Usaremos o nome Programa Nação Cultural, mas utilizando, principalmente, o nome característico da força do próprio local. As prefeituras continuam a realizar as festas – que já aconteciam antes mesmo da implementação do FPNC – e nós garantiremos o apoio a cachês de artistas na programação, na medida dos recursos, que vão apertar”. A medida reflete na diminuição dos postos de trabalho e palcos para artistas, produtores e equipe técnica pernambucanos.
A argumentação do secretário é de que o momento de crise orçamentária suscitou a implantação da política cultural de “menos shows”, há muito pedida pelos fazedores de cultura pernambucanos: “É preciso diminuir os eventos e dar peso. Essas medidas favorecem a discussão e a transição na medida que não se pode fazer, por restrição financeira, e a gente vai atrás das forma mais sustentáveis.”
Veja a matéria completa na edição impressa do Jornal do Commercio deste sábado (29).