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Falamansa e Gabriel O Pensador lançam clipe para arrecadar fundos para famílias afetadas por rompimento de barragem

Cada visualização de Cacimba de Mágoa vai se transformar em doação para um fundo de assistência

Do JC Online
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Publicado em 16/02/2016 às 19:11
Foto: Reprodução/Youtube
Cada visualização de Cacimba de Mágoa vai se transformar em doação para um fundo de assistência - FOTO: Foto: Reprodução/Youtube
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A banda Falamansa, em parceria com o rapper Gabriel O Pensador, lançou nessa segunda-feira (15), o clipe da música Cacimba de Mágoa para arrecadar fundos para famílias afetadas pelo rompimento da barragem da Samarco na cidade de Mariana, em novembro do ano passado.

Dirigido pela diretora alemã Ilka Westermeyer, o vídeo mostra cenas das áreas destruídas pelo desastre ambiental e conta com a participação de artistas como Neymar, Grazi Massafera, Nanda Costa, Michel Teló, Gabriel Medina e Anitta, segurando cartazes com os nomes das vítimas e palavras que lembram a tragédia.

Cada visualização do clipe vai ser revertida em doação para um fundo de assistência às famílias ribeirinhas com o objetivo de promover obras sociais comunitárias. Até o momento, mais de 28 mil pessoas já viram o vídeo.

Confira a letra de Cacimba de Mágoa na íntegra:

O sertão vai virar mar
É o mar virando lama
Gosto amargo do rio Doce

De Regência a Mariana
Mariana, Marina, Maria, Márcia, Mercedes, Marília
Quantas famílias com sede, quantas panelas vazias?
Quantos pescadores sem redes e sem canoas?

Quantas pessoas sofrendo, quantas pessoas?
Quantas pessoas sem rumo, como canoas sem remos
Como pescadores sem linha e sem anzóis?
Quantas pessoas sem sorte, quantas pessoas com fome?
Quantas pessoas sem nome, quantas pessoas sem voz?

Adriano, Diego, Pedro, Marcelo, José
Aquele corpo é de quem, aquele corpo quem é?
É do Tião, é do Léo, é do João, é de quem?
É mais um joão-ninguém, é mais um morto qualquer

Morreu debaixo da lama, morreu debaixo do trem?
Ele era filho de alguém e tinha filho e mulher?
Isso ninguém quer saber, com isso ninguém se importa

Parece que essas pessoas já nascem mortas
E pra quem olha de longe, passando sempre por cima
Parece que essas pessoas não têm valor
São tão pequenas e fracas, deitando em camas e macas
Sobrevivendo, sentindo tristeza e dor

Quem nunca viu a sorte pensa que ela não vem
E enche a cacimba de mágoa
Hoje me abraça forte, corta esse mal, planta o bem
Transforma lágrima em água

O sertão vai virar mar
É o mar virando lama
Gosto amargo do rio Doce
De Regência a Mariana

Quem olha acima, do alto, ou na TV em segundos
Às vezes vê todo mundo mas não enxerga ninguém
E não enxerga a nobreza de quem tem pouco mas ama
De quem defende o que ama e valoriza o que tem

Antônio, Kátia, Rodrigo, Maurício, Flávia e Taís
Trabalham feito formigas, têm uma vida feliz
Sabem o valor da amizade e da pureza
Da natureza e da água, fonte da vida

Conhecem os bichos e plantas e, como o galo que canta
Levantam todos os dias com energia e com a cabeça erguida
Mas vêm a lama e o descaso, sem cerimônia
Envenenando o futuro e o presente

Como se faz desde sempre na Amazônia
Nas nossas praias e rios impunemente
Mas o veneno e o atraso, disfarçado de "progresso"
Que apodrece a nossa fonte e a nossa foz

Não nos faz tirar os olhos do horizonte
Nem polui a esperança que nasce dentro de nós
É quando a lágrima no rosto a gente enxuga e segue em frente

Persistente como as tartarugas e as baleias
E nessa lama nasce a flor que a gente rega
Com o amor que corre dentro do sangue, nas nossas veias

Quem nunca viu a sorte pensa que ela não vem
E enche a cacimba de mágoa
Hoje me abraça forte, corta esse mal, planta o bem
Transforma lágrima em água

O sertão vai virar mar
É o mar virando lama
Gosto amargo do rio Doce
De Regência a Mariana

O sertão vai virar mar
É o mar virando lama
Gosto amargo do rio Doce
De Regência a Mariana

O sertão vai virar mar (o sertão virando mar)
É o mar virando lama (o mar virando lama)
Gosto amargo do rio Doce (da lama nasce a flor)
De Regência a Mariana (muita força, muita sorte)

O sertão vai virar mar (mais justiça, mais amor)
É o mar virando lama
Gosto amargo do rio Doce
De Regência a Mariana

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