CRÍTICA

MC Carol e Leo Justi trazem funk e eletrônica na Heavy Baile

MC Carol, de Niterói, acaba de lançar Delação Premiada, trap rap com produção de Justi

GGabriel Albuquerque
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GGabriel Albuquerque
Publicado em 12/08/2016 às 9:35
Foto: Fernando Schlaepfer/ Divulgação
MC Carol, de Niterói, acaba de lançar Delação Premiada, trap rap com produção de Justi - FOTO: Foto: Fernando Schlaepfer/ Divulgação
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Criada pelo DJ e produtor musical Leo Justi, a festa Heavy Baile tornou-se referência no Rio de Janeiro e São Paulo, fazendo a ponte entre o funk da periferia e jovens da classe média e hibridizando o pancadão com técnicas e texturas música eletrônica. Em sua primeira turnê pelo Nordeste, o evento desembarca pela primeira vez no Recife para show no Dokas. Além do próprio Leo Justi (com participação do MC Tchelinho), apresenta-se também MC Carol.

De início, Carol ficou conhecida por canções de humor surreal-dadaísta e/ou teor altamente sexual, como Minha Vó Tá Maluca, Tô Usando Crack, Jorginho Me Empresta a 12 e Bateu Uma Onda Forte. Com o tempo, foi ganhando notoriedade enquanto persona política: fora dos padrões de beleza, uma feminista, negra e empoderada (caso de, entre outras, Meu Namorado é Maior Otário).

Agora a MC de Niterói tem intensivado o discurso de militância com composições engajadas. Ela acaba de lançar, com produção de Leo Justi, o trap rap Delação Premiada, uma crítica contra a violência e abuso de poder policial. “Cadê o Amarildo? Ninguem vai esquecer/ Vocês não solucionaram a morte do DG/ Afastamento da polícia é o único resultado/ Não existe justiça se o assassino tá fardado”, canta ela. 

Antes disso, Carol e Justi colaboraram na faixa Não Foi Cabral, em que denuncia o extermínio dos povos indígenas e racismo no Brasil. As faixas vão compor o próximo disco da cantora, cujo título e data de lançamento ainda não foram divulgadas.

Leo Justi transita entre o universo da bass music e o funk. Junto a Omulu e outros produtores, ele é um dos principais expoentes do estilo que ficou conhecido como Brazilian Bass, uma hibridização de texturas e timbres house, techno e bass com beats do pancadão. O seu EP Vira a Cara (2015) segue esse caminho. 

Mas para a apresentação no Heavy Baile recifense, a pegada é outra. “O live set imprime mais o aspecto funk de favela em comparação ao meu DJ set. Ainda mantém beats especiais, se diferenciando dos shows de funk em geral, mas tem muitos momentos de tamborzão cru com o MC arregaçando”, diz Justi. O MC em questão é Tchelinho, que faz improvisa versos como um rapper.

Além disso, a noite terá discotecagem de Allana Marques (Golarrolê) e Vini V (Fritz) e DJ Dorly e Original DJ Copy.

SERVIÇO

Heavy Baile – com MC Carol, Leo Justi e MC Tchelinho. Hoje, a partir das 23h, no Dokas. Rua do Brum, 27, Bairro do Recife. Ingressos: R$ 30, à venda no site Eventick e no local. 


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