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Pabllo Vittar sobre preconceito: "Jogaram sopa quente na minha cara"

Drag queen afirmou que tempo no ensino fundamental foi difícil. "Sofri muito"

JC Online
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Publicado em 17/02/2017 às 14:41
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Drag queen afirmou que tempo no ensino fundamental foi difícil. "Sofri muito" - FOTO: Trip/Reprodução
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Nome forte da cena LGBTT nacional, Pabllo Vittar conquista cada vez mais espaço entre o grande público. Integrante da banda do programa Amor & Sexo e rodando o país com show do recém-lançado disco Vai Passar Mal, a drag queen afirmou, em entrevista à revista Trip, que sofreu muito preconceito antes de ser alçada à fama.

"No ensino fundamental foi bem difícil, sofri muito porque as pessoas não entendiam, na verdade, o rolê do gay, de gênero. Era uma coisa que não era discutida na escola, não era falada", afirmou.

Entre os casos mais dolorosos vividos pela artista está um episódio no qual um colega de escola jogou sopa quente no seu rosto por não se encaixar nos padrões de gênero.

"Uma vez eu tava na fila da merenda e um menino virou um prato de sopa quente na minha cara, porque eu estava falando com a minha amiga. Porque eu estava falando com a minha amiga e ele se virou para mim, e jogou aquele prato de sopa quente em mim porque na cabeça dele eu tinha que agir como homem, falar com voz de homem, ser homem", disse, emocionada, à revista. "Ai, xô, sou feliz, sou drag, sou bonita, bebê", disse em seguida, com o bom humor que lhe é característico.

 

Sobre a postura dos gays afeminados, ela afirmou achar revolucionária e transformadora. "O ser afeminado, para mim, é muito revolucionário no sentido de dar a cara a tapa. São as bees (sic) afeminadas que tão ali na posição de frente, elas que levam o baque primeiro, elas que são apontadas, levam lâmpada na cara. Se a gente está aqui hoje, dando uma entrevista, eu montada de drag, é porque muita gente morreu e sofreu preconceito para a gente ocupar esse espaço. É fato", afirmou.

 

NOME

Sobre o fato de usar nome masculino, ainda que se apresente sempre montada de drag, Pabllo afirmou que esta é a forma de mostrar sua verdade artística.

"Eu sou o Pabllo, eu gosto do meu nome, gosto de ser chamado de Pabllo. Acho que se eu colocar o nome feminino, não vou estar passando verdade na minha arte e quando você faz uma arte você tem que passar verdade, para as pessoas te verem transparente, se aproximarem e, de alguma forma, se conectar com o que você está fazendo. Então eu sou o Pabllo até morrer, ou a Pabllo, como vocês quiserem chamar", explicou.

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