Começam nesta quarta-feira as atividades relacionadas à 14ª edição do Polo Hip Hop, festival que articula no Recife, desde 2003, a reunião do rap, do grafite, do breakdance e da literatura, elementos que compõem o quarteto primordial do movimento que o batiza. Este ano o evento acontece na quinta-feira pré-carnaval (23/2), em palco montado no Cais da Alfândega (Bairro do Recife), reunindo artistas locais, de Alagoas e de São Paulo.
Quinto tópico da cultura de rua advinda de negros e latinos radicados nos Estados Unidos, a busca por conhecimento é o mote da roda de diálogo que acontece hoje, a partir das 15h, na Rádio Boca da Ilha, sede do núcleo de Comunicação Caranguejo Uçá, na comunidade da Ilha de Deus. Sob tema O Empoderamento da Mulher no Movimento Hip Hop, o debate conta com a presença da grafiteira Nathê (Poder Feminino Crew), da bgirl Cris e das MCs Lady Laay (PE) e Luana Hansen, de São Paulo, representantes da nova e antiga guarda das rappers nacionais, para discutir tópicos ligados à reivindicação feminina por espaço igualitário dentro da cena.
Depois de um ano em que muitas MCs fizeram de suas letras espaço para lutar contra a misoginia no rap, a conversa deve partir de experiências vividas pelas quatro, como faz Laay em DISSrespeito à mulher, faixa lançada em janeiro: “Como é que você nunca ouviu falar / Das netas das bruxas lendárias / que não conseguiram queimar na fornalha / Só as mina afoita e desaforada / que bate de frente, insolente, sem pano pra nada”.
OS SHOWS
As apresentações musicais do Polo acontecem a partir das 18h de amanhã, com os pernambucanos JB Rapper, Gangster Cypher e Procurados, além de Luana Hansen e da alagoana Arielly Oliveira. Nas danças, a Dupla Cômica Browne Taw. Enquanto isso, o Coletivo 33 Crew promove mostra de grafite. Na discotecagem, o experiente DJ Novato. Já a apresentação fica por conta de Lady Laay e Tiger. O Polo Hip Hop é uma ação da Associação Metropolitana de Hip Hop e conta com incentivo da Prefeitura do Recife.
