REC-BEAT

Terceira noite do Rec-Beat é marcada pela mistura de gêneros musicais

O sincretismo do pianista Vitor Araújo, o ativismo d'As Bahias e a Cozinha Mineira e nova música latina foram destaque

GG ALBUQUERQUE
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GG ALBUQUERQUE
Publicado em 28/02/2017 às 3:55
Foto: Ariel Martini
O sincretismo do pianista Vitor Araújo, o ativismo d'As Bahias e a Cozinha Mineira e nova música latina foram destaque - FOTO: Foto: Ariel Martini
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A terceira noite do festival Rec-Beat, o polo alternativo do Carnaval do Recife, fez valer sua aposta na nova música latina e na mistura dos mais diferentes gêneros. Depois da tarde programação infantil do Recbitinho, a banda belga Dez Mona fez o primeiro show da noite. Mas não foi muito bem. O trio composto por acordeon, violão e voz mostrou um pop meloso e açucarado que não empolgou o público que começava a chegar ao Cais da Alfândega.

Na sequência veio o compositor e pianista pernambucano Vitor Araújo, que fez o segundo show de lançamento do álbum Levaguiã Terê. Acompanhado por uma banda de alto nível — Felipe S (Mombojó), Felipe Pacheco (Baleia) e Hugo Medeiros (Rua) mais os percussionistas Rafa Almeida e Aduni —, ele foi certeiro em sua fusão da composição clássica com a percussão afrobrasileira e camadas de guitarra, atingindo o ápice de intensidade nas improvisações finais. Apesar do som altamente complexo, a plateia entrou na onda e aplaudiu com entusiasmo, especialmente nas sessões de batucada.

A cubana La Dame Blanche botou todo mundo para dançar com sua mistura de rap, cumbia e salsa. Ela apresentou-se com um DJ e um baterista e marcou presença tocando flauta entre um verso e um trago em seu charuto. Mas foram as batidas graves — estremecendo até as paredes dos camarins no backstage — que seduziram os dançarinos no Cais. 

#OMelhorCarmaval A rapper cubana La Dame Blanche faz o terceiro show da noite no #RecBeat

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O outro nome internacional da noite foi o trio Los Pirañas, da Colômbia, que fechou a noite com um dos melhores shows desta 22ª edição do festival até o momento. A banda é expoente de uma nova sonoridade da cumbia com o que chamam de “ruído tropical”. Provaram isso no palco ao explorar, além do tradicional ritmo colombiano, texturas e timbres inusitados na guitarra. 

Entre La Dame Blanche e o Los Pirañas, subiu ao palco o grupo paulista As Bahias e a Cozinha Mineira, o nome mais aguardado pelos fãs, que lotaram o Cais da Alfândega. Liderada pelas vocalistas trans Assucena Assucena e Raquel Virgínia, a banda fez um show pautado por letras contra o machismo lgbtfobia e em defesa do empoderamento trans. O público puxou o coro de “Fora, Temer”, elas “regeram” as vozes e completaram dizendo: “E vai ter travesti no palco, sim!”

FESTIVAL CONTINUA NESTA TERÇA-FEIRA

O Rec-Beat chega ao fim nesta Terça-Feira Gorda. Às 15h e 16h, respectivamente, o Recbitinho terá apresentações de Cordel Animado e Cia Fátima Fernandes mais Bandalelê e o bloco Balança a Rolhinha. Os shows para os adultos começam a partir das 20h, com Flaira Ferro & Wassab (PE), Quartabê (SP), Teto Preto (SP), Inna Modja (Mali) e Jards Macalé (RJ).


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