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Venda de ingressos para shows de Caetano Veloso e filhos começa nesta terça

A primeira apresentação do "Caetano Moreno Zeca Tom Veloso" acontece no Rio

JC Online
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Publicado em 13/08/2017 às 23:04
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A primeira apresentação do "Caetano Moreno Zeca Tom Veloso" acontece no Rio - FOTO: Foto: Divulgação
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Na semana seguinte ao aniversário de 75 anos do cantor e compositor Caetano Veloso, comemorado no último dia 7, tem início nesta terça-feira (15) a venda de ingressos para shows do projeto "Caetano Moreno Zeca Tom Veloso", que reúne o artista e seus três filhos no palco. As apresentações do quarteto da família Veloso acontecem no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Belo Horizonte.

Em nota enviada à imprensa, Caetano Veloso fala da emoção em dividir o palco com os filhos, além de destacar as preferências e caminhos seguidos por eles na música. "Há muito tempo tenho vontade de fazer música junto a meus filhos publicamente. Desde a infância de cada um deles gosto de ficar perto. Cada um é um. Sempre cantei para eles dormirem. Moreno e Zeca gostavam. Tom me pedia pra parar de cantar. Indo por caminhos diferentes, todos se aproximaram da música a partir de um momento da vida", declarou o artista.

O projeto foi anunciado na semana passada pela mulher de Caetano, Paula Lavigne, através de sua conta no Twitter. A série de apresentações incluem Caetano e seus três filhos: Moreno (44 anos), Zeca (25) e Tom (20). Sobre os shows, Caetano destacou que estarão apenas os quatro no palco e que músicas como "O Leãozinho" e "Reconvexo" não podem ficar fora do repertório.

Todos os shows marcados, até o momento, acontecerão no mês de outubro. A primeira cidade a receber o projeto é o Rio de Janeiro, com oito apresentações, que ocorrem nos dias 3, 4, 10, 11, 17, 18, 24 e 25. Em Belo Horizonte, no Palácio das Artes, os quatro Velosos sobem ao palco nos dias 7 e 8. No Theatro Net SP, em São Paulo, as datas são 14, 15, 21, 22, 28 e 29. Os ingressos variam entre R$ 100 e R$ 140 para os espetáculos no Rio e entre R$ 100 e R$ 150, em São Paulo. Os valores dos ingressos para os shows em Belo Horizonte ainda não foram divulgados.

Caetano Veloso volta aos palcos após o fim da turnê ao lado da cantora Teresa Cristina. O último disco lançado pelo artista foi o Abraçaço, em 2012.

Confira a íntegra da nota enviada por Caetano Veloso à imprensa:

"Há muito tempo tenho vontade de fazer música junto a meus filhos publicamente. Desde a infância de cada um deles gosto de ficar perto. Cada um é um. Sempre cantei para eles dormirem. Moreno e Zeca gostavam. Tom me pedia pra parar de cantar. Indo por caminhos diferentes, todos se aproximaram da música a partir de um momento da vida. Moreno, que nasceu vinte anos antes de Zeca, formou-se em física. Tom, que nasceu cinco anos depois de Zeca, só gostava de futebol. Moreno e Tom já se profissionalizaram como músicos. Zeca, depois de passar parte da adolescência experimentando com música eletrônica, começou a compor solitariamente. Quero cantar com eles pelo que isso representa de celebração e alegria, sem dar importância ao sentido social da herança. É algo além até mesmo do "nepotismo do bem", na expressão criada por Nelson Motta.

Faz uns anos, fiz, atendendo a um convite específico, um show com Moreno, que foi uma das melhores coisas que já aconteceram na minha vida. No show que faremos agora, voltaremos a certas canções impossíveis de serem descartadas, como "Um canto de afoxé para o bloco do Ilê" ou "Sertão". Moreno tem uma linha criativa extremamente refinada. Os trabalhos com o grupo +2 são uma marca profunda e duradoura da sua geração. Seu disco individual é um dos mais belos exemplos de delicadeza da história da canção brasileira.

Logo depois comecei a fazer o trabalho com a Banda Cê. E Recanto pra Gal. Moreno esteve em todos esses projetos como produtor, trazendo sua sabedoria. No meio tempo, Zeca e Tom foram crescendo. Tom, no começo, nem ligava pra música. Hoje faz parte da banda Dônica e é, de nós quatro, o mais naturalmente dotado para as relações entre as alturas, os tempos e todos os signos musicais. Zeca, que sempre adorou música, justo quando achava que não havia para si mesmo um caminho nessa atividade, compôs um grupo de canções comoventes. Ao ouvir uma delas, Djavan exigiu que ele a mostrasse em público. Ele resistiu mas nesse show finalmente obedecerá a Djavan. Tom, em sua relação de discípulo com Cézar Mendes, desenvolveu uma capacidade de execução notável. E logo já começava a compor com seu mestre. Entrei como letrista numa dessas canções que ele fez com Cézar. E agora, na preparação desse novo show, fiz letra para uma música só sua. 

Assim, no show apresentaremos algumas dessas coisas que cresceram em nós, de nós. E canções minhas escolhidas por eles. "O
Leãozinho", que os filhos de tanta gente pedem, os meus não deixaram de pedir. E coisas como "Reconvexo" têm de estar ali confirmando a linhagem. Há clássicos de Moreno e canções novas de todos (inclusive minhas). Nas primeiras conversas, imaginamos chamar um pequeno grupo de músicos para enriquecerem os arranjos. Mas, ensaiando, decidimos ficar só os quatro no palco. O som será mais para o acústico e muito singelo. Eu sou o único que só toca violão. Os outros podem se revezar em alguns instrumentos. É um show familiar, nascido da minha vontade de ser feliz. Ter filhos foi a coisa mais importante da minha vida adulta. O que aprendi com o nascimento de Moreno - e se confirmou com as chegadas de Zeca e Tom - não tem nome e não tem preço. Mas nosso show também tem a responsabilidade de apresentar números com qualidade profissional. Creio que não somos uma família de músicos, como há tantas, dado o caráter comprovadamente genético do talento musical, mas seguramente somos músicos de família. Os shows são dedicados às mães deles, a Cézar Mendes e à memória de minha mãe.

Caetano Veloso".

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