POLÊMICA

Peça em que Jesus é retratado como transexual é cancelada pela Justiça

Juiz diz que liberdade de expressão não foi ferida, mas 'não pode ser tolerado desrepeito a uma religião'

JC Online
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Publicado em 16/09/2017 às 14:38
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Juiz diz que liberdade de expressão não foi ferida, mas 'não pode ser tolerado desrepeito a uma religião' - FOTO: Foto: Divulgação
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A apresentação da peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu agendada para esta sexta-feira (15), no Sesc Jundiaí, foi cancelada por decisão judicial devido ao seu conteúdo. A informação foi publicada no site do Sesc.

A medida foi tomada pelo juiz Luiz Antonio de Campos Júnior em caráter de urgência na sexta-feira (15), da 1ª Vara Cível da Comarca de Jundiaí, em São Paulo.

A suspensão foi aceita depois de um pedido impetrado pela advogada Virginia Bossonaro Rampin Paiva, entrou com processo contra o Sesc. Na decição final, o juiz proibiu a entidade de apresentar a peça na sexta-feira (15) ou em qualquer outra data, sob pena de multa diária de R$ 1 mil. "As circustâncias jurídicas alegadas (...) corroboram o fato de ser a peça em epigrafe atentatória à dignidade da fé cristã, na qual Jesus Cristo não é uma imagem e muito menos um objeto de adoração apenas, mas sim o filho de Deus", escreve o juiz.

O juiz argumenta que a decisão "não se olvida a liberdade de expressão", "mas o que não pode ser tolerado é o desrespeito a uma crença, a uma religião, enfim, a uma figura venerada no mundo inteiro."

Jesus como um transexual

O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu recria a história de Jesus como uma transexual. Autora do monólogo, a trans escocesa Jo Clifford escreveu o texto como forma de lidar com sua religião quando decidiu mudar de sexo em 2006, aos 56 anos.

Membros da organização do espetáculo afirmaram que o cancelamento atende "a um pedido que vem sendo articulado há alguns dias por congregações religiosas e políticos", citando a TFP (Tradição, Família e Propriedade).

O espetáculo estreou no Festival Internacional de Londrina (Filo), em agosto de 2016, e teve sessões no Sesc Pinheiros em outubro. O Sesc informou que irá recorrer da decisão judicial.

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