Na última quarta-feira, o Museu de Arte Moderna de São Paulo comemorou 70 anos de atividades. Alvo de ataques moralistas que resultaram em cortininhas pretas sobre as obras da recente exposição de arte erótica, o Masp teve um show da cantora baiana Daniela Mercury como uma das atrações de seu jantar beneficente de comemoração. E Daniela não se fez de rogada.
Depois de, na semana passada, ela criticar o prefeito Marcelo Crivella durante a Parada LGBT carioca, a baiana se apresentou com os seios nus na festa do Masp. Ou melhor, cobertos apenas por uma pintura. Foi sua forma de se manifestar contra a censura nas artes:
"Não há prisão para a imaginação. Podem fechar os olhos, tapar os ouvidos e ainda assim a arte estará dando sentido à vida. As galerias são a nossa garganta, as telas são nosso corpo. O teatro são as ruas e qualquer lugar que acolha nossa ficção cotidiana e a nossa invenção individual e coletiva. Ninguém prende artista, nem dentro, nem fora de si. Proibir a arte é proibir a vida, é proibir a existência do homem", disse ela. " Meu corpo é arte.
VERGONHA
"As nossas vergonhas nunca foram um corpo sem roupa. Os nossos pecados são a violência e o autoritarismo. Vamos celebrar sem medo a liberdade tão arduamente conquistada por nós e por todos que vieram antes."
O corpo de Daniela foi pintado pelo artista Iuri Sarmento.