Didier Lockwood, o violinista francês, falecido ontem, 18 de fevereiro, de um infarto, fez dois shows memoráveis,a igreja da Sé, em Olinda, no festival Mimo, em 2009, e em 2017. Na primeira vez, tocou com o também violinista paulista Ricardo Hertz, e uniu-se ao som da Zona da Mata pernambucana, com as rabecas de Seu Luiz Paixão, Siba Veloso e Renata Rosa. No ano passado, acompanhado de Adrien Moignard (guitarra), e Diego Imbert (contrabaixo),prestou homenagem a seu mestre Stéphane Grappelli, encantando a plateia num show em que tocou como se fosse o último. Não foi.
Lockwood fez seu derradeiro concerto, sábado, no Bal Blomet, clube de jazz, em Paris. Tinha completado 62 anos, dia 11 de fevereiro. Embora não tenha alcançado o nível de fama internacional do conterrâneo violinista Jean-Luc Ponty, Didier Lockwood foi um dos maiores do jazz em seu instrumento. Caiu nas graças de Stéphane Grappelli, que o conheceu bem jovem, num festival de jazz. Didier Lockwood não foi essencialmente apenas um jazzmen, militou também nas hostes do progressivo, com o grupo Magma, um grande nome do rock francês.
DIDÁTICO
Filho de uma francesa e um escocês (daí o sobrenome saxônico), Didier Lockwood, herdou do pai professor, a queda pelo ensino. Gostava de ensinar (como fez quando veio a Pernambuco para a Mimo), e mantinha uma escola nos arredores de Paris, a Didier Lockwood Music Centre. Seu último projeto em disco foi gravado com a esposa, a soprano Patricia Petibon. Seu agente, Christophe Deghelt, disse que o músico deixou vários projetos inacabados.