“É que eu sou bandida, erva venenosa / Eu sou uma cobra pronta pra atacar”: É com essa agressividade que a atriz carioca Cleo Pires Ayrosa Galvão – antes Cleo Pires e agora, apenas Cleo – de 35 anos iniciou nesta segunda-feira (19) sua carreira de cantora com o lançamento do EP independente Jungle Kid nas plataformas digitais.
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Filha da atriz Gloria Pires e do cantor Fábio Jr, Cleo passou longe do romantismo do pai e, nas cinco faixas do álbum compacto – com três músicas em inglês e duas em português – investiu num pop sensual com leves toques de rock. Além do selo independente, a morena assina todas as composições e a co-produção musical junto com Gorky e Guto Guerra.
Jungle Kid, a faixa-título do álbum, abre o disco trazendo uma atmosfera obscura, de meia luz, que remete (dadas as devidas proporções) a uma música qualquer de Lana Del Rey. A voz grave, quase sussurrada de Cleo, dá a sensualidade que a canção precisa. Um lyric video deste single já está disponível no canal da artista no YouTube.
As batidas começam a ter um pouco de força e guitarras mais evidentes na canção Impulse, que vem logo em seguida, composta por ela, Guto Guerra, Bianca Fraga e Duda Suliano.
Depois que a temperatura sobe levemente, Cleo para o movimento para entoar a balada Cloud. Por ser uma faixa de voz e piano, é o momento que se ouve a nova cantora com mais clareza, revelando um grande potencial.
A melhor faixa do álbum, porém, é a penúltima. Bandida – composta por Cleo, Arthur Marques e Pablo Bispo – é uma música em português de refrão fácil, que demonstra, de certa forma, a personalidade da artista, e tocaria facilmente em novelas como tema de alguma vilã.
Fechando o disco, Faz o Que Tem Que Fazer tem o arranjo característico de música pop embalado para os dias atuais. A ponte para o refrão com toques de reggaeton lembra levemente o hit Sua Cara, de Anitta, Pabllo Vittar e Major Lazer. Por ventura, é a faixa mais dançante do Jungle Kid.
NOVO CAPÍTULO
Conhecida por não ter papas na língua e nenhum tipo de censura, Cleo se arrisca na música de forma despretensiosa. Sem ambições de se tornar um ícone pop, nem seguir a sonoridade romântica de seu pai, a morena – que sempre evitava soltar a voz em público – escolheu cantar apenas a sua verdade, num trabalho que reflete sua personalidade forte. Agora, se a “criança da selva” vai arrebentar no showbiz com este EP de estreia, é um capítulo que a novela da música pop brasileira ainda não escreveu. Só nos resta aguardar.