Do bairro do Jordão, Zona Sul do Recife, para o mundo. Assim foi a ascensão da cantora pernambucana Erica Natuza, 26 anos, que ficou conhecida do grande público na sétima temporada do The Voice Brasil, da TV Globo, onde foi finalista do Time Carlinhos Brown. Hoje, 20 dias após a final do reality musical, a jovem artista colhe os frutos de sua passagem marcante na atração.
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Em entrevista ao Jornal do Commercio, Erica repassa um pouco da sua relação com a música, que já tem dez anos de estrada. “A música sempre esteve presente na minha vida desde a infância. Eu tenho um tio por parte de pai que é músico profissional e sempre convivi com ele tocando e cantando. Meus pais gostam muito de música. Meu pai gosta muito de cantar e sempre cresci botando os discos da minha mãe: Cazuza, Kid Abelha, Michael Jackson... Tenho certeza que muito do que eu aprendo de música é ouvindo, porque eu só comecei a fazer aula de canto agora, depois do programa”, revela.
Na competição apresentada por Tiago Leifert, a voz marcante de Erica Natuza foi explorada em vários ritmos. Começando com o hit Pesadão, da cantora Iza na Audição às Cegas, passando por Rehab, de Amy Winehouse, até Anunciação, de Alceu Valença, uma das canções que ela escolheu cantar na grande final. E isso tudo é reflexo da diversidade musical que a jovem cantora carrega.
“Eu nunca fui uma pessoa de um gênero só, a não ser no início de tudo, quando eu cantava reggae, e somente reggae, porque foi o meu primeiro trabalho na área. Depois que a banda Caravana do Reggae acabou em 2014 (ela entrou em 2008), passei a cantar outras coisas, porque sempre fui uma pessoa que gostei de ouvir de tudo, e nunca quis me limitar a nada. Acho que o programa deixou isso bem claro para todo mundo, e para mim, mais ainda, que eu não preciso me estabelecer num gênero. No programa, consegui fazer de tudo um pouco. De internacionais a nacionais, passando por sons da terra. Então consegui aproveitar isso e me mostrar muito bem”, afirma.
Ainda sobre a trajetória no programa, duas apresentações foram especiais para ela: o número de Amy Winehouse, por ela apresentar o projeto Tributo a Amy em casas noturnas do Recife desde 2015, e a canção do pernambucano Alceu Valença na final. “Quando cheguei na final e tive a oportunidade de cantar Anunciação, foi uma realização minha como mulher, pernambucana, artista, cantora, e com o programa”, destaca.
A recíproca, inclusive, foi verdadeira: Alceu compartilhou a apresentação de Erica Natuza nas redes sociais na época, elogiando a performance. A cantora ainda ganhou a simpatia de artistas como Daniela Mercury e Elba Ramalho, que se tornaram suas seguidoras nas redes sociais. E ainda no Instagram, a aceitação do público também é notável. De 24 mil seguidores antes do programa, hoje ela acumula mais de 100 mil usuários.
Ao mesmo tempo em que curte o sucesso do The Voice Brasil, ela lembra da despretensão ao se inscrever no reality. Após enviar um vídeo cantando o sucesso Sinais de Fogo, música de Ana Carolina feita para Preta Gil, ela também percebeu que era hora de vencer a timidez. “Eu me inscrevi no programa por mim, claro, mas de tanto ouvir as pessoas mais próximas dizendo que eu deveria estar lá. E foi aí que eu senti que era um sonho que não era só meu”, confessa.
Depois do programa, a cantora e mãe do pequeno Davi, de 5 anos, quer seguir fazendo o que sabe de melhor: cantar, independente do que for. Seu talento também já deu origem a um trabalho autoral, através do single Ode ao Ócio, lançado em janeiro nas plataformas digitais.
“Tenho várias ideias no papel. Outras já estão em estúdio. São meus trabalhos autorais que estava fazendo antes do The Voice, mas agora volto com tudo”, adianta Erica, que ainda pretende lançar um projeto audiovisual de covers no YouTube a partir de janeiro de 2019.
PRÓXIMOS PASSOS
Nessa correria pós-reality, Erica Natuza não para. A cantora será vista semana que vem em Os Melhores Anos das Nossas Vidas – o programa apresentado por Lázaro Ramos nas noites de quinta-feira na Globo – participa de um show beneficente na AABB neste sábado (20) e tem agenda dentro e fora do Estado até o fim do ano. Ainda há planos especiais para o Carnaval 2019 e uma parceria com o Quinteto Violado a caminho.
Com uma simplicidade que contrasta com a potência de sua voz, a expectativa da cantora agora é aproveitar as boas oportunidades musicais que não param de surgir graças ao seu talento. “O público pode esperar muito trabalho pesado daqui pra frente”, promete.