show

MIlton Nascimento repassa 50 anos de carreira no Guararapes

Cantor celebra a amizade com Wager Tiso e Lô Borges,

JOSÉ TELES
Cadastrado por
JOSÉ TELES
Publicado em 08/04/2013 às 8:37
Leitura:

Impressiona a quantidade de grandes canções que Milton Nascimento criou. Era evidente o respeito e reverência do público que foi ao Teatro Guararapes, sexta-feira, para vê-lo no show Milton Nascimento – uma travessia. O jovem Zé Manoel, que fez a abertura da noite começou nervoso, e ressaltando a responsabilidade da empreitada. Um dos poucos compositores da nova geração que incursiona pela MPB clássica, ele já estava mais tranqüilo na segunda música e foi bastante aplaudido quando cantou Valsa da ilusão, incluída no seriado Louco por elas d TV Globo.

Zé Manoel teve meia para se apresentar a um público que, em sua maioria, o desconhecia. Causou boa impressão. Com a plateia quase lotada (havia uns claros nas poltronas superiores), Milton Nascimento, de óculos escuros, abriu com Bola de meia, bola de gude (com Fernando Brant), Wagner Tiso no piano e teclado (que depois seriam assumidos por Kiko Continentino). “Me perguntam como foi que aprendi a tocar. Nossa grande escola foi a noite. Eu tinha 14 anos, Wagner tinha 12”. Sentado num banco, ele assistiu a Wagner Tiso interpretar, ao piano, Eu sei que vou te amar logo depois de cantar Nos baile da vida, canção que sintetiza a relação artista/ plateia.

Milton Nascimento aos 71 anos continua usando bem a voz privilegiada, mas se movimenta pouco no palco. A banda toca um tema instrumental que o cantor fez para a mãe dele, a professora mineira Lilia Campos. Sem letã,pela impossibilidade, explica, de  traduzir em palavras “a beleza daquela mulher”. Lô Borges, outro amigo de longas datas entra com 45 minutos de show. Revivem um momento raro na MPB, o Clube da Esquina, numa viagem aos anos 70: E lá se vai mais um dia, Para Lennon & McCartney (com um roupagem funk e jazz), Um girassol da cor dos seus cabelos.

A travessia de Milton Nascimento foi praticamente um Maiores Sucesso ao Vivo, e este é o conceito do show: repassar meio século de carreira do cantor. E aí falou mais alto a música. Não foi necessário cenário, apenas uma iluminação discreta, bons músicos e canções como Fé cega, faca amolada, Encontro e despedidas, Quem sabe isto quer dizer amor, ou Raça que ele fundiu a Maria Maria. Fica para o fim Travessia, a canção que carimbou sua entrada para fama, em 1967 (cantada com Wagner Tiso). Um show de quase duas horas, terminado coma emblemática Nada será como antes (com Lô Borges)  

 

Últimas notícias