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Lucas dos Prazeres estreia show em ritmo de festa

Percussionista passeou pelos vários ritmos pernambucanos

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 13/05/2013 às 12:48
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Literalmente, uma festa, com a presença de muito amigos e parentes, bolo de chocolate, e Parabéns pra você. O clima do show Som da (r) vida, estreia solo do percussionista Lucas dos Prazeres, sábado, à noite no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem.  O músico, que completou 29 anos, mostrou, durante uma hora, um roteiro em que passeou pelas várias manifestações da música popular pernambucana, do coco de roda ao ponto de candomblé, passando pelo maracatu, ciranda, maculelê, bumba-meu-boi, refletindo a riqueza do Morro da Conceição, reserva e trincheira da cultura popular pernambucana.

Lucas dos Prazeres percorreu os desvãos da sua ainda curta vida, As lembranças recolhidas ele trouxe para o palco, em batuques e canções. Dos cocos, com que começavam e terminavam as festas de aniversário da família, à reverência a Orixalá, com que fechou o espetáculo, e ainda a pungente homenagem a irmã, Joana dos Prazeres, falecida precocemente. Raios e trovões abrem o show, quando Lucas dos Prazeres irrompe no palco, como um Xangô irado e faz num set de percussão contraponto às imagens projetadas no telão (por Gabriel Furtado, da Retimantz).

Um show de canções, que o vocalista se acompanha com instrumentos percussivos.

E Lucas dos Prazeres surpreende mais como cantor. O percussionista já é por demais conhecido de trabalhos com sua mulher, a sambista Karynna Spinelli, Geraldo Maia, Renata Rosa. A voz de grande extensão, e suficientemente afinada para se dar ao luxo de um samba a capela, isto era sabido de poucos.

No entanto, o aparato percussivo espalhado pelo palco atrapalhou a movimentação do músico. Atabaques e ilus foram menos aproveitados do que a percussão de mão (pandeiro, alfaia, e um perneira com muitos guizos, uma inteligente sacada sonora). Instrumentos quedaram-se quase ociosos, certamente, pela exígua duração do show. Seriam 50 minutos, que se estenderam para mais vinte minutos, incluindo aí uma longa lista de agradecimentos às pessoas que colaboraram para sua realização.

Merecia uma esticada para uma hora e meia, enxerto de vinhetas entre as músicas, a fim de não quebrar a dinâmica. Assim Lucas dos Prazeres terá um espetáculo para mostrar em Oropa, França e Bahia. Mesmo sendo uma experiência, como disse o artista, um presente concedido a si próprio, Som da (r) é a tradução da exuberância rítmica que Pernambuco, como raras outras terras têm, e Lucas dos Prazeres viveu e assimilou todas elas. Vale aqui o clichê: sábado, em Boa Viagem surgiu oficialmente mais uma estrela da percussão brasileira

 

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