MÚSICA

Instrumentalidade com tom popular no show 3 x 4 de Oswaldo Montenegro

Cantor e compositor se apresenta neste sábado (23) no Teatro Guararapes com apresentação que perfaz momentos íntimos de sua carreira

Germana Macambira
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Germana Macambira
Publicado em 22/08/2014 às 12:45
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Cantor e compositor se apresenta neste sábado (23) no Teatro Guararapes com apresentação que perfaz momentos íntimos de sua carreira - FOTO: Crédito: Site Oficial
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Composições novas e antigas inseridas em uma mistura de instrumentais bem trabalhados, sem deixar de lado o tom popular da apresentação. É dessa forma que o cantor e compositor Oswaldo Montenegro promete se apresentar, amanhã, no palco do Teatro Guararapes, com o show 3 x 4, o mais recente trabalho de seus quase 40 anos de carreira.

Em entrevista ao Jornal do Commercio, ele contou um pouco sobre a turnê do novo trabalho:

JORNAL DO COMMERCIO- As diversas sonoridades do seu trabalho, em especial a do álbum 3 X 4, traz um tom de concerto às apresentações?

OSWALDO MONTENEGRO -  O “3x4” se caracteriza pela mistura entre coisas novas e antigas e entre os estilos que caracterizam minha obra como compositor. Há, sim, um instrumental bem trabalhado, ensaiado durante dois meses, dez horas por dia, como se fosse um concerto. Mas o tom é de um show popular. Nosso objetivo, ensaiando tanto, foi conseguir entrosamento, tocar como se fosse improviso - coisa que só o tempo dá. É claro que o nível altíssimo dos três instrumentistas que estão comigo nesse show facilita tudo. Mas isso está temperado com afeto e aquilo que a intimidade empresta à música. Com o tempo, fui chegando à conclusão de que tocar junto  é coisa séria. Tem que ter comunhão. São sempre as mesmas doze notas, então, é preciso algo mais pra que nós e o público nos emocionemos.

 JC - E a escolha do nome 3 x 4? 

 OSWALDO - Esses números apareceram o tempo todo durante a criação do show: são 3 músicos que junto comigo formam um quarteto. 3 blocos: a “Serenata”, a “Festa” e o “Blues”, que acabam virando 4, porque existe uma parte em que converso com o público, um momento mais íntimo, em que toco o que dá na cabeça e atendo a pedidos. “3x4” também é aquela fotografia que a gente tira com a cara desarmada. E o show é isso, uma fotografia da minha vida de compositor. Enfim, resolvemos fazer essa brincadeira de batizar o show assim, porque esses números estavam nos “assombrando” durante todo o processo de criação.

 JC - Por que a ideia de dividir o show em blocos?

OSWALDO - Porque queríamos homenagear as coisas que me influenciaram como compositor. No primeiro bloco, as músicas mais alegres que fiz, costuradas por temas de quem as influenciou, como Jacob do Bandolim, Villa-Lobos, Patápio Silva e até musiquinhas de desenho animado. No segundo, o aspecto da teatralidade, que aparece através da história de um blues man. No terceiro bato papo com o público - é a parte mais informal, mais íntima. No último, a “Serenata”, canto músicas claramente influenciadas pela minha infância mineira. Os cenários de Diogo Monteiro tentam ambientar cada bloco desses. Não sei se por coincidência ou não, no bloco da “Serenata” estão minhas composições mais conhecidas como “Bandolins”, “Lua e Flor”, “Metade”, “Estrelas”, “A Lista”, “Estrada Nova”, “Velhos Amigos”, etc. Às vezes tenho a impressão de que nós, da equipe do show, enxergamos minha obra com todas essas vertentes, mas o grande público me vê como um trovador. Talvez eu seja isso mesmo, e os outros blocos sejam o que gosto.

 JC - O público do Recife pode esperar alguma surpresa na apresentação?

OSWALDO -  Acho que o show todo, pelo formato, pelos arranjos, pelos cenários, será uma surpresa. Mas, além das músicas conhecidas, canto coisas novas, como “A Lógica da Criação”, que fiz para o filme “Solidões”, "Me Ensina a Escrever",  e uma canção que fiz pro meu amigo Renato Teixeira e que gravamos juntos. No bloco em que bato papo com a plateia, aí as surpresas são certas, inclusive pra mim.

 JC - Oswaldo Montenegro ainda é um artista do cinema, do teatro e da música?

OSWALDO - Sim, lancei meu segundo filme “Solidões” e tenho escrito algumas coisas. Mas pra mim não resta dúvida de que a música é a minha prioridade. Gosto das outras artes, mas não tenho necessidade de exerce-las, como tenho de compor. Poderia ficar sem fazer teatro e cinema. Sem a música, jamais.  


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