ENTREVISTA

Conheça as propostas do candidato Jair Pedro para a cultura pernambucana

Na reta final de campanha, o Jornal do Commercio entrevistou os candidatos ao Governo do Estado de Pernambuco

Karol Pacheco
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Karol Pacheco
Publicado em 15/09/2014 às 7:22
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JORNAL DO COMMERCIO - A Fundação do Patrimônio Artístico e Histórico de Pernambuco (Fundarpe) tem um papel-chave na gestão cultural do Estado. A começar pela manutenção dos patrimônios material e imaterial, mas que no decorrer destes 40 anos do órgão terminou ficando em segundo plano quando comparada às ações de execução de eventos. Qual a proposta de seu governo para a Fundarpe, tanto com relação à produção destes eventos quanto à política de patrimônio?

JAIR PEDRO - A Fundarpe tem que ser um órgão pensando com participação ativa dos artistas e da população. Por isso vamos investir na abertura de concurso público para preenchimento dos cargos relativo às demandas do órgão. Isso passa também pela valorização profissional e o suporte material para que se tenha a possibilidade de construir um quadro funcional que responda a importância da cultura no nosso estado.  

Na política de patrimônio vamos investir na manutenção e restauração os nossos patrimônios materiais e imateriais entendendo a necessidade da preservação histórica para o enriquecimento cultura do nosso estado. Vamos também criar políticas públicas de valorização e incentivo aos nossos artistas locais, sendo esses patrimônios vivos da cultura Pernambucana.

Na área de produção de eventos vamos fomentar os eventos e circuitos culturais já existentes e também iremos construir iniciativas nas diversas linguagens artísticas para incentivar a produção cultural. 

JC - Nos últimos anos, com o Funcultura, a Fundarpe se voltou para a execução e para a viabilização de projetos culturais. No próprio Fundo, que atualmente dispõe de recursos na ordem dos R$ 32 milhões por ano, ainda há muita concentração deste aporte no Grande Recife. O que o candidato propõe para interiorização do fomento à produção cultural?

JAIR PEDRO - Para descentralizar o fundo é necessário primeiro valorizar a produção do interior do estado, entendendo que parte considerável da nossa produção é advinda dessas localidades. Essa valorização passar por maior investimento material para fomentação e manutenção dos artistas e manifestações culturais interioranas. Por isso é necessário que metade desse fundo seja destinada ao interior do estado. Para assim quebrar a concentração atual. Defendemos também que essa verba seja controlada pelos artistas e gestores culturais dessas localidades e democraticamente seja escolhido as prioridades de investimento. 

JC - Na última edição do Edital Independente do Funcultura, dos 1.516 projetos inscritos no programa, mais de 80% não foram habilitados. Este panorama aponta para uma demanda reprimida na produção cultural do Estado. Como sua gestão pretende viabilizar o escoamento desta produção?

JAIR PEDRO - Defendemos o fim da lógica dos editais por entender que esse modelo não garante a democratização do acesso aos recursos públicos para a manutenção e fomentação cultural ficando assim uma grande demanda reprimida. Assim defendemos que os editais sejam substituídos por mais priorização e investimento em cultura, sendo possível isso a partir do fim das renuncias fiscais realizadas pelo governo do estado ao setor privado. A democratização do acesso e da produção em cultura se conseguirá com participação democrática da população e dos artistas. 

JC - Alguns equipamentos público culturais do Estado carecem de um olhar mais cuidadoso dos seus gestores. Para citar alguns exemplos, temos a situação do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC), em Olinda, que há meses não recebe uma programação nova ou sequer tem um programa de visitação mais ativo; o centenário Cine-Teatro Polytheama, em Goiana, também se agenda; e do Museu do Estado de Pernambuco (Mepe), sustentando-se e movimentando-se hoje graças à iniciativa privada. Qual é a preocupação do candidato com a reestruturação desses espaços culturais e, sobretudo, com a manutenção física e de conteúdo deles?

JAIR PEDRO - Vamos aumentar o investimento em cultura para que seja possível a democratização do acesso e da produção cultural. Temos que fazer diferente do que as gestões passadas que abandonaram os equipamentos públicos de cultura. Foi essa situação que fechou as portas do Teatro do Parque, o Emílio Borba Filho e tantos outros. Vamos aumentar o investimento em cultura para que seja possível a democratização do acesso e da produção cultural e manutenção e restauração dos nossos centros históricos culturais. 

JC - Desde 2012, espera-se a conclusão do 48º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco. Por ser um programa de estímulo à produção de arte no Estado, a classe artística sente falta deste fomento. Como sua gestão pretende estabilizar este panorama?

JAIR PEDRO - Esse problema parte da não priorização que as antigas gestões deram as iniciativas referentes ao estimulo e fomentação cultural. Vamos garantir a conclusão e realização do 48 Salão das Artes Plásticas. Além disso, pretendemos criar outros espaços para a fomentação das artes plásticas em pernambuco, com interação das novas produções que surgiram nos últimos anos, garantindo a descentralização. Vamos construir iniciativas nas comunidades da RMR e também no interior do estado.

JC - Quais são os planos voltados para os povos tradicionais, células fundamentais na identidade cultural do Estado?

JAIR PEDRO - Nossa política visa o fortalecimento da identidade cultural dos povos tradicionais, que muitas vezes ficam excluídos dos projetos e das iniciativas promovida pelo governo do estado. A nosso ver a melhor forma de fazer isso é incorporando essa população nas decisões sobre os recursos e projetos destinados a área de cultura. Vamos criar fóruns de discussão, elaboração com caráter deliberativo, esses fóruns serão responsáveis pela decisão do uso da verba para criação dos projetos. 

As demais perguntas, ao todo onze, não foram respondidas pelo candidato.

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