Do religioso para o profano, sem pegar atalho. A história da cantora Cristina Amaral foi traçada há 30 anos atrás, em Sertânia - município que está há 316 Km do Recife. E um pouco dessa trajetória é contada hoje à noite, no Parque Dona Lindu, na gravação do DVD Minha voz, minha vida.
“Havia um momento nas celebrações da igreja que eu me desvinculava do coral e cantava sozinha. Fui descoberta assim e saí pela Região para ser vocalista da Orquestra Marajoara e depois no grupo Os Tropicais, com Flávio José”, contou Cristina em entrevista ao Jornal do Commercio.
Apesar da forte influência do forró na carreira - inclusive tendo como primeiro sucesso a música Eu sou o forró (Petrúcio Amorim e Braúlio de Castro), no álbum Arisca (1991) - Cristina Amaral gosta também de ser vista como uma ‘artista eclética’.
“A essência do forró está em mim. Foi o início de tudo. Mas fui de bailes e cantava o que fazia sucesso na época. Gal Costa, Elis Regina e Clara Nunes, por exemplo, me inspiram até hoje”, comentou.
Para o projeto do DVD, a pernambucana reúne convidados que a acompanharam durante esse trinta anos de estrada. Genival Lacerda e o também sertaniense César Amaral, estão entre eles.
"Ela é uma das nossas referências na cultura e não pensei duas vezes quando ela me convidou para voltar com Severina chique chique, nos arranjos do Luciano Magno", contou Genival Lacerda.
E foi exatamente dessa forma que a cantora pernambucana se imaginou comemorando as três décadas de carreira.
“Muito me emociona poder reunir tanta gente boa, que fez parte do meu percurso na música. Meus pais acordavam ouvindo Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro e Genival Lacerda. Cresci com cada um deles e tantos outros que também me influenciaram”
Confirmando o ecletismo no repertório, algumas homenagens vão ser feitas na gravação do projeto Minha voz, minha vida. Além de forró, xote e outros ritmos, Cristina Amaral faz junto com Carla Alves e Priscila, vocalistas das bandas Loira Marrenta e Musa, respectivamente, uma homenagem a Reginaldo Rossi, com o hit Mon amour, meu bem, ma femme.
“Rossi não podia ficar de fora. Tive a liberdade de pensar um show bem abrangente e, junto com o diretor Cleodon Coelho, tive a ideia de chamar as meninas. Tenho certeza de que vamos agradar.”
Junto com o Coral Pró-Criança, a cantora relembra Luiz Gonzaga com a música Ave Maria sertaneja e ao lado de Zé Barbosa, revive outro clássico do Rei do Baião, Tem pouca diferença.
Cristina Amaral se diz feliz e realizada. Alcançou o sucesso que sonhava desde infância, quando se via cantando nos palcos país afora. Ganhou a liberdade que queria e hoje pensa os próprios projetos, desde a escolha do repertório até a capa do álbum.
“Construí minha personalidade nas músicas que canto e nos discos que faço, até os novos figurinos que visto, com o Cassiano Silva. Muitas ideias ainda vão ser colocadas em prática e vou estar, mais uma vez, muito feliz quando chegar os quarenta anos de carreira, .”
Entre as novidades Cristina adiantou que têm a produção de um álbum de frevos e um outro de MPB.
Lucy Alves, que foi vice-campeã em 2013 no programa The Voice Brasil, Luciano Magno, Jorge de Altinho, Quarteto Linha (RN) e Elvis Pires são os outros convidados que sobem ao palco com Cristina Amaral, a partir das 18h, no palco externo do Parque Dona Lindu, com acesso gratuito ao público.
Cristina Amaral conta um pouco de sua história: