Efeméride

Gal Costa chega aos 70 anos ainda caminhando com o novo

Cantora aniversaria em Salvador onde faz show de Estratosférica

JOSÉ TELES
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Publicado em 26/09/2015 às 8:13
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Cantora aniversaria em Salvador onde faz show de Estratosférica - FOTO: divulgação
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Maria da Graça, a baiana Gracinha, a moça simpática e tímida que atendia na Ronny Discos, em Salvador, amiga de jovens músicos, feito ela, fissurados pela bossa nova em geral, e João Gilberto em especial. Aquele grupo em que pontificava Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé e Maria Bethânia migraria para o Rio de Janeiro e começaria a carreira há 50 anos. 1965 foi um ano emblemático para a música popular brasileira, cuja facção universitária e engajada receberia o nome de MPB. Foi nesse cenário efervescente, que Maria da Graça gravou seu disco de estreia, um compacto, pela RCA-­Victor, com Vim da Bahia (Gilberto Gil) e Sim, Foi Você (Caetano Veloso). Estava com 20 anos.

Hoje, Maria da Graça Costa Penna Burgos, que a partir de 1967 passaria a ser conhecida como Gal Costa, completa 70 anos como um dos monstros sagrados da música popular brasileira. Não por acaso, a cantora aniversaria em Salvador, onde celebra em família e volta ao palco do Teatro Castro Alves para apresentar o show do seu 36º disco, Estratosférica, álbum em que renova o repertório, gravando velhos conhecidos e chegando junto de uma nova geração da MPB. O trabalho foi batizado com o título da canção dos pernambucanos Pupillo e Junio Barreto com a paulistana Céu.

Afastada do disco durante cinco anos, Gal foi trazida de volta pelo amigo Caetano Veloso, que criou a concepção do álbum Recanto, que lhe rendeu elogios e incentivo para cair novamente na estrada. Não é a primeira vez que Caê "intervém" na trajetória de Gal. Em 1974, ele a orientou de volta à simplicidade com o álbum Cantar, com a leveza que faltou a Índia (1973) e Fa­Tal­Gal a Todo Vapor (1971). Ela formava com Elis Regina e Maria Bethânia um trio que renovara a voz feminina na música popular brasileira. Não competiam entre si, cada qual mantinha sua persona. Gal Costa foi a voz feminina e musa do tropicalismo, que Elis, evitou, e que Bethânia foi simpatizante, mas não preencheu ficha e inscrição.

A cantora  de voz suave, que dividiu o LP Domingo com Caetano Veloso, em 1967, sofreu radical metamorfose no primeiro álbum solo, o tropicalista Gal Costa (1969), em que tirava Roberto Carlos e Erasmo Carlos do index da MPB (gravou Estrada de Santos e Vou Recomeçar, esta última, composta especialmente para ela). Meses separam este LP do outro Gal Costa (também de 1969), em que ela se torna a voz da confusa contracultura nacional. 

(leia matéria na íntegra na edição impressa do Jornal do Commercio)

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