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Blitz e seus 30 anos de aventuras contados por Evandro Mesquita

A banda repassa três décadas de estrada hoje no Baile Perfumado

JOSÉ TELES
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Publicado em 05/12/2015 às 6:59
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A banda repassa três décadas de estrada hoje no Baile Perfumado - FOTO: foto: divulgação
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Keith Richards costuma dizer que o mundo era em preto e branco até que, em 1955, surgiu o rocknroll. Parafraseando o guitarrista dos Rolling Stones, a música popular brasileira era em preto e branco, até que, em 1982, surgiu a Blitz, banda carioca que lançou o Brock, o rock nacional dos anos 1980. O Brasil estava saindo de 21 anos de ditadura militar, e a Blitz cantava a trilha daquele momento histórico e de otimismo. O grupo está rodando o País com a turnê dos 30 e poucos anos de carreira. Hoje aterrissa no Baile Perfumado com o show Blitz 30 Anos, na Estrada, com um repertório de canções autorais e de grupos contemporâneos. "Tá muito bacana, porque a gente tá se renovando, gravando um disco de inéditas e revisitando as canções com uma pegada forte. As pessoas tomam um susto porque a banda tá com esta instiga de muitos anos de estrada. Esta turnê é a maior festa, uma celebração", comenta, sem esconder o entusiasmo, Evandro Mesquita, fundador da Blitz, principal vocalista e compositor do grupo.

Ele continua a curtir a viagem na qual embarcou sem imaginar que seria tão longa. "Eu fazia teatro com o Asdrúbal Trouxe O Trombone ­ grupo de teatro brasileiro da década de 1970 ­, com Regina Casé, Luis Fernando Guimarães, Perfeito Fortuna, tudo gente boa. A gente se cansou de alugar teatro. A renda da bilheteria, depois dos pagamentos, cabia numa caixinha de catupiry que a gente vendia pra plateia. Então fizemos o Circo Voador, no Arpoador, que era uma lona que abrigava todas as artes. A Blitz nasceu com a teatralidade. No show, no Circo, a gente usava um carro pequenino que entrava no palco, pintava de dourado caixa de ovo pra dar aquele brilho, usava esta criatividade do teatro underground nas canções. No começo era pra agradar nossa turma da praia, porque nada que tocava na rádio nos representava. Não tinha uma poesia mais direta de rua, era uma coisa mais universitária", conta Evandro Mesquita.

A música que a Blitz fermentava naquele início de década compunha­se de um monte de informações liquidificadas, e preparada com uma receita própria: "Uma mistura de Jackson do Pandeiro com Led Zeppelin, Moreira da Silva, Beatles com os Stones. Esta coisa do humor que tinha na música brasileira. Noel Rosa com Keith Richards... Mas tinha uma personalidade blitz com que as pessoas se identificavam. Ouviam a banda e não diziam: isto é Police, ou isso é Smiths. Também não era panfletaria. Era uma crônica do cotidiano, que pegou a juventude da época a fim de ouvir outro tipo de música", continua Mesquita.

Em 1982, as paradas de sucesso eram frequentadas pelo rock progressivo do Asia, o samba abolerado de Benito de Paula, o pop romântico do Air Supply e o rock de baixo teores de Rita Lee & Roberto Carvalho. Foi quando surgiram Lulu Santos, Barão Vermelho e a Blitz, estourando com uma música inclassificável, com o refrão contagioso de Você Não Soube Me Amar, assinada por Evandro Mesquita com Guto, Ricardo Barreto e Zeca Mendigo.

(leia matéria na íntegra na edição impressa do Jornal do Commercio)

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