Efeméride

John Lennon em um dia que parecia ser mais um em sua vida

O ex-Beatle estava chegando em casa qando chamaram seu nome

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 08/12/2015 às 7:36
foto: divulgação
O ex-Beatle estava chegando em casa qando chamaram seu nome - FOTO: foto: divulgação
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O Dakota, na Rua 72, ao lado do Central Park, em Nova Iorque, prédio em estilo gótico, que completou 100 anos em 1980, é um dos principais pontos de visitação da maior cidade americana. Durante o dia ônibus de agências de turismo estacionam nas suas proximidades. Os motoristas pacientemente esperam que pessoas, vindas de todas partes do planeta, atravessem em filas a movimentada rua. Elas se deixam fotografar diante do prédio, fazem pose na calçada onde John Lennon foi assassinado na noite do dia 8 de dezembro de 1980, e seguem até o Strawberry Fields, um memorial mandado construir por Yoko Ono, no Central Park, a poucos metros do sombrio Dakora. 

Naquela época fãs também faziam vigília diante do Dakota, mas muito poucos. Tentavam trocar algumas palavras com Lennon, ou pegar um autógrafo. Foi o que fez Mark Chapman, um jovem de 25 anos, há 35 anos. Estavam apenas ele e um fotógrafo diante do do Dakota quando John Lennon saiu com Yoko Ono. Iam ao estúdio de gravação. Ele pediu que o cantor autografasse uma cópia do recém-lançado Double Fantasy. O fotógrafo, Paul Goresh, registrou o instante em que vítima e algoz se encontravam pela primeira vez, por volta de 17h, de uma tarde sombria e cinzenta. Voltariam a se encontrar pela última vez 5 horas e 50 minutos mais tarde. 


A maioria dos milhões de admiradores do ex-beatles ao redor do mundo somente soube da tragédia no dia seguinte. às 22h50, O casal desceu do carro, e se dirigiu ao portão do Dakota, quando Mark Chapman chamou pelo nome do seu ídolo. Ele se voltou e recebeu cinco tiros de um revólver 38, quase à queima-roupa. Eram inimagináveis tempos sem celulares, Internet e, obviamente, redes sociais. O choque foi recebido, portanto, no noticiário matutino do dia seguinte. Lennon havia encerrado um hiato de cinco anos sem disco, dividindo com a mulher o álbum Double Fantasy. Ansioso para confirmar se ainda teria público depois de tanto tempo ausente. A música pop passara por muitas mudanças o período em que ficou longe dos palcos e estúdios. Seu disco mais elogiado tinha sido Imagine, de 1972 (que ganhou uma recente versão alternativa, com dois CDs, The Alternate Imagine. 

Quando surgiu, em 1967, como um tabloide alternativo, em San Francisco, Califórnia, a Rolling Stones estampava Lennon na capa de estreia, como o tenente Earnest Goodbody, personagem do filme How I Won the War, de Richard Lester. Natural, portanto, que o ex-tabloide, já uma revista chique, o quisesse na capa da primeira edição de 1981. Lennon e Yoko concordaram com uma entrevista, e fizeram uma rara concessão de serem fotografados no apartamento em que moravam no Dakota. A fotógrafa foi Annie Leibovitz, autora das primeiras fotos de Lennon publicadas na Rolling Stone.

A derradeira foto da sessões daquela tarde de 8 de dezembro foi feita por volta das 14h30, e foi a escolhida para a capa da RS: John Lennon nu, abraçado a uma Yoko, sóbria e simplesmente vestida. John Lennon não viveria para se certificar de que não havia sido esquecido . Mal se soube da tragédia, milhares de pessoas vieram até o Dakota, espalharam-se pelo Central Park, cantaram madrugada adentro seus hinos pacifistas, Give Peace a Chance e Imagine 

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