DUO

Benjamim Taubkin e Flaira Ferro dividem a cena em Belo Horizonte

Músico paulista e bailarina pernambucana participam do 48º Festival de Inverno da Universidade Federal de Minas Gerais

JC Online
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JC Online
Publicado em 20/07/2016 às 15:02
Silvia Machado/Divulgação
Músico paulista e bailarina pernambucana participam do 48º Festival de Inverno da Universidade Federal de Minas Gerais - FOTO: Silvia Machado/Divulgação
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O tema da 48º Festival de Inverno da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) "prioriza o trânsito entre os sujeitos de saberes culturais - das artes, das tradições, das filosofias e das ciências - promovendo confluências e divergências em processos de criação, mediados pelo procedimento da experimentação". Um exemplo dessa proposta é o duo formado por Benjamim Taubkin e Flaira Ferro. O músico paulista e a bailarina pernambucana se apresentaram juntos no auditório do Conservatório UFMG, na noite de terça-feira (19/7).

O encontro de Benjamim e Flaira no palco era inédito, mas ambos já tiveram outras experiências deste tipo, na qual um músico e uma bailarina dividem o palco. No caso de Flaira são "os músicos" e "as bailarinas", já que ela se apresenta junto com o maestro Spok, Lucas dos Prazeres e Valéria Vicente no espetáculo Frevo de Casa. E Benjamim já esteve com Morena Nascimento em Um Diálogo entre Música e Dança.

Foto: Ju Brainer/Divulgação

O 48º Festival de Inverno da UFMG ocorre em Belo Horizonte, de 15 a 26 de julho. A programação também é formada por eventos culturais como aulas abertas e oficinas.

O palco é uma mentira, fantasia boba. Depois que entendi isso me libertei de temê-lo. É que há no palco o seu perigo sutil. As luzes sabe, os olhares, a mísera sensação da realidade ser platinada com cheiro de hortelã... No palco o artista é projeção das emoções de muita gente. Fico ligada na tomada e me preocupo mesmo com isso. Por que sei que é real o perigo de se envaidecer...já vi muita gente se perder na arrogância. Gente que sai do palco e se relaciona com os outros como se fossem seus coadjuvantes. E como qualquer vivo, estou suscetível a isso. Deus me livre, deus me livre. Importante se cercar de pessoas que prezam pela simplicidade. ter referências. Pra ter em quem se espelhar, fortalecer a integridade. Enxergar o outro. aí antes de entrar em cena, respiro fundo. Me conecto com os sentidos. Faço meus exercícios pra enterrar bem os pés no chão. Lembrar que tudo é efêmero e por isso é mais bonito ser inteiro e não viver pela metade. Visualizo o amor. Fico brincando de imaginar qual seria o cheiro dessa energia...aí penso no amor atravessando meus movimentos e reverberando em outros corpos. E quando finalmente lembro de novo que o palco é um lugar como outro qualquer, onde devo exercitar minha humanidade, me sinto pronta pra dançar, cantar, dar piruetas, o escambau. Quando tiro o palco do salto, estou pronta pra pular. Arte é ferramenta pra gente se melhorar. A vida pode ser imensa em qualquer lugar, com palco ou num quarto sem luz nem plateia. Hoje estou tomada por essa reflexão. Vou respeita-la, é nesse estado que quero entrar em cena para improvisar daqui a pouco com esse mestre pianista que é Benjamin Taubkin. Que seja Belo Horizonte!

Uma foto publicada por Flaira Ferro (@flaira_ferro) em Jul 19, 2016 às 2:45 PDT

 

 

Antes do piano, Benjamin chão e gravidade. Tenho aprendido muito com os silêncios dele.

Uma foto publicada por Flaira Ferro (@flaira_ferro) em Jul 17, 2016 às 8:31 PDT

 

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