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Lenine faz show de Carbono e lança DVD no Recife

Cantor reinventa no palco a o repertório do seu último álbum

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 03/11/2016 às 14:45
fogo: divulgação/Jairo Goldflus
Cantor reinventa no palco a o repertório do seu último álbum - FOTO: fogo: divulgação/Jairo Goldflus
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Lenine volta ao Recife com o show da turnê Carbono, que será apresentado nesta sexta-feira (4) no Teatro Guararapes, às 21h. Com ele, o grupo formado pelo filho Bruno Giorgi (programações), Jr. Tostoi (guitarras), Pantico Rocha (bateria) e Hugo Gila (baixo). Uma turma que vem tocando com o cantor há tanto tempo que praticamente é como se ele fosse o vocalista da banda. É este fator que faz com que cada apresentação nunca seja a repetição da anterior, mesmo que o repertório coincida.

"A gente tem uma linguagem musical muito profunda de muita intimidade, a toda hora a gente tá mudando. Muda um arranjo, tira um arranjo, é um puta estímulo pra gente, e já estamos com um ano e meio na estrada com o Carbono. A linguagem do universo da música popular nos permite visualizar a canção como partes, A, B refrão, introdução, e mexemos nesta estrutura. Às vezes vou fazer duas vezes a introdução, a gente vai mudando o tempo todo. Isto tem sido uma coisa bem bacana, já tantos anos fazendo música, me estimulando a levar além", comenta Lenine em entrevista por telefone, do Rio de Janeiro.

Nesta prática, Lenine está com muitos grandes nomes da música popular que costumam se reinventar no palco, o que torna um concerto sempre uma novidade, o baiano Tom Zé e o prêmio Nobel de Literatura Bob Dylan são dois que jogam neste time: "Por isso que não ouso ser intérprete de outros compositores. Quando esqueço versos de uma música minha eu invento outros, e não posso fazer isso com composições conhecida, consagrada de grandes compositores. Mexo também no repertório. A cada show tiro música, boto música. Por isso sou de fazer sempre passagem de som. Adoro este ritual, me estimula a fazer à noite coisas novas", complementa Lenine,

A base do show, no entanto, ainda é o disco Carbono, que trouxe ao Recife, no ano passado. As canções que ele trouxe para compor o show foram as que achou que dialogavam com as novas composições, que poderiam vir para o universo do disco: "No primeiro momento, cantamos canções que coubessem numa sonoridade do universo de Carbono, como Magra e Olho de Peixe, por exemplo. São canções que tem a ver. Agora, já abro uma janela durante o show e canto canções que não estavam no repertório inicial. Com músicas como Paciência, Hoje Eu Quero Sair Só, Leão do Norte", diz, citando sucessos que o seu público fiel sempre lhe pede.

Lenine não tem ideia até quando circula com a turnê Carbono, mas acha que não deve demorar muito: "Sinto que está chegando o tempo da maturação entre um projeto e outro. Não comecei a compor, mas nunca paro de estar com instrumento fazendo coisas. Na verdade com o Carbono, pude fechar uma trilogia, fechar uma mecânica com Labiata e com Chão. Segui uma mecânica, de ir primeiro no título, depois no ambiente sonoro. Em seguida as canções na ordem que eu imaginava. Com Carbono encerro esta trilogia. que estou querendo agora é descobrir outra mecânica".

DVD

Amanhã, às 19h, Lenine estará na loja Passa Disco, no Shopping Parnamirim, lançando o DVD e CD The Bridge: Lenine & Martin Fondse Live at Bimhuis (Coqueiro Verde), registro da parceria entre o cantor e compoistor pernambucano e o maestro holandês. Com a orquestra digirida por Fondse, Lenine circulou pela Europa e pelo Brasil, até o ano passado, um concerto que não chegou ao Recife: "Iria ser apresentado na edição da Mimo, que acabou não acontecendo. Eu fiquei com esta dor de não mostrado na cidade um show que tem este título A Ponte, que é uma música minha e de Lula Queiroga", lamenta. "Este vídeo é diferente de outros que aquecem um repertório feito um ano antes, que é o que a indústria entendeu que o DVD deveria ser. Este meu é o registro de algo que aconteceu, e que acaba por aí".

Lenine está entusiasmado com o lançamento no Recife. "É bacana ser na Passa Disco porque ali é um centro de propagação da música não só de Pernambuco, mas do Brasil. É cada vez mais difícil loja de discos no Brasil, é uma das poucas onde você pode manusear a música. Ver, pegar no disco. A música está sem materialidade, a procura por música tornou­se um coisa solitária. O bom é manusear o objeto do desejo, trocar ideias sobre música, discos." Lenine é um artista que ainda aprecia sessões de autógrafos, o contato com o fãs, uma palavra de que ele não gosta muito, pelo menos com os seus admiradores:

"Fã vem de fanático, eu não tenho fã, tenho seguidores. Meus fãs são pessoas totalmente normais, que trabalham, são felizes, gostam do meu trabalho a ponto de colecionar tudo que é possível". E aí ele cita um seguidor pernambucano, o analista de sistemas Alexandre Pontes, um recifense que ele chama de seu "HD externo", a ponto de recorrer a ele quando tem alguma dúvida sobre alguma música gravada por terceiros ou participação no disco de alguém. Foi por sugestão de Alexandre Pontes que ele lançou o álbum Lenine.Doc: "Um dia ele me lembrou das canções que fiz para trilhas, que gravei em outros projetos. E fiz este disco. Noutra conversa vi que poderia fazer uma série .Doc."

Sessão de autógrafos do DVD The Bridge, amanhã, às 19h, na Passa Disco, Shopping Sítio da Trindade ­(Estrada do Encanamento, 480, Parnamirim).
Show Carbono, com Lenine e banda, sexta­feira, às 21h30, no Teatro Guararapes (Centro de Convenções de Pernambuco) Ingressos: balcão: R$ 110 e R$ 55. Plateia: R$ 140 e R$ 70. Plateia especial: R$ 160 e R$ 80. Telefone: 3182.802

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