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O Grande Encontro fez do Classic Hall um Carnaval fora de época

Alceu, Elba e Geraldo Azevedo acrescentaram frevos ao repertório

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 05/12/2016 às 10:39
foto? JC Imagem/Andre Neri
Alceu, Elba e Geraldo Azevedo acrescentaram frevos ao repertório - FOTO: foto? JC Imagem/Andre Neri
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O Grande Encontro fez mais que jus ao título do espetáculo na apresentação da sexta-feira, no Classic Hall. Foi visto por cerca de oito mil pessoas, durou duas horas e meia, e pela vontade da platéia ira até o dia amanhecer. O trio e banda se apresentam no réveillon na praia de Copacabana, no Rio, um dos mais celebrados do mundo, mas dificilmente farão um show com mais pique do que o que foi visto no limites do Recife e Olinda, em que homenagearam ambas as cidades.

  André Brasileiro, o diretor do musical, disse que o roteiro estava fechado, mas aqui seria quase impossível não mexer no que foi estabelecido. Elba Ramalho, por exemplo, incluiu no seu bloco solo Recife Manhã de Sol (J.Michiles), e Leão do Norte (Lenine/Paulo Cesar Pinheiro). Michiles assistia ao show da coxia, e comentou que só não ficou mais emocionado porque seu filho, o flautista César Michiles (que toca na banda de Grande Encontro) tinha lhe antecipado a “surpresa”. Mas surpresas aconteceram ao longo do show. Alceu antecipou o carnaval cevando a voz às alturas nos versos “Olinda quero cantar/a ti esta canção/ (O Hino de Elefante, de Clídio Nigro), e no final foi a vez do irresistível frevo canção de Luiz Bandeira, Voltei Recife, fechando a noite com a plateia pedido bis.

O reencontro de três velhos amigos no palco, dando continuidade a um projeto iniciado vinte anos, atrás não prometia surpresas. O público veio para celebrar a boa música que eles fazem desde os anos 70, e vibrou quando Anunciação abriu o repertório com Alceu, Elba e Geraldo no palco, que prosseguiram com Caravana (Geraldo Azevedo), Me Dá Um Beijo (Alceu/Geraldo) e Sabiá (Zé Dantas/Luiz Gonzaga). O roteiro procurou evitar ser uma lista de maiores sucessos. Mas para o público, com exceção das canções inéditas, como Ciranda da Traição, de Alceu Valença, fez coro até em canções difíceis, como Bicho de Sete Cabeças (Geraldo Azevedo/Zé Ramalho/Renato Rocha), em dueto de Elba Ramalho com Geraldo Azevedo.

A ideia apontou André Brasileiro foi fazer os três cantarem mais juntos, revezando-se todos juntos, com os blocos solo mais curtos. Em seu solo Elba Ramalho lembrou o Gonzaguinha de Sangrando, e o primo Zé Ramalho, em Chão de Giz (ex-integrante do Grande Encontro, Zé Ramalho foi visto em vídeo antes do início do show). Geraldo Azevedo escolheu canções menos populares para seu bloco solo, Sétimo Céu (parceria com Fausto Nilo), Parceiros das Delícias (com Capinan), a inédita Só Depois de Muito Amor (com Abel Silva), compensadas pelo clássico que ganhou o maior coro da noite, Dia Branco (com Renato Rocha).

Frevo Mulher (Zé Ramalho) seria a música do bis, mas a festa terminou com um dos hinos não oficiais da capital pernambucana, Voltei Recife, com Elba Ramalho segurando uma bandeira pernambucana, e a plateia caindo no frevo. Nos camarins depois era também só festa. Já na Agamenon Magalhães, diante do Classic Hall, por falta de agentes de trânsito para organizar a balbúrdia de sempre, as pessoas quase se engalfinhando na disputa por um táxi, provocando engarrafamento meia hora depois do show terminado.

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