Defensores do patrimônio nacional da Índia acusaram neste domingo (29/4) o governo do país de tentar privatizar relíquias histórias como o Taj Mahal. As manifestações surgiram após o Executivo ter lançado um controverso projeto para permitir que companhias "adotem" dezenas de monumentos.
A oposição acusou o gabinete do primeiro-ministro, Nerendra Modi, de "alugar" monumentos através do programa "Adote um Patrimônio", pelo qual 95 locais históricos passarão a ser geridos por empresas privadas.
O ministério do Turismo da Índia anunciou no sábado um contrato de cinco anos, por 250 milhões de rupias (3,7 milhões de dólares), com o conglomerado Damia Bharat pelo icônico Forte Vermelho de Délhi construído no século XVII - Patrimônio Mundial da Unesco - e outro forte no estado de Andhra Pradesh.
A lista também inclui outros monumentos como o Taj Mahal - pelo qual competem dois grupos - e o complexo Qutub Minar de Dhéli, do século XII, também parte do Patrimônio Mundial da Unesco.
Segundo o projeto, Dalmia Bharat poderá instalar publicidades, fixar preços de entradas e ganhar dinheiro com suas vendas sob a supervisão do governo.
Reações
Mas os críticos do programa o consideram uma forma de privatizar os locais e exigiram que, ao invés disso, se aumentem os fundos para conservá-los.
"Por que teria que alugá-lo? Hoje é um dia triste e sombrio em nossa história", tuitou Mamata Banerjee, ministro principal do estado de Bengala Ocidental.
A historiadora e ativista Rana Safvi advertiu que na maneira como se controlará a gestão que as empresas realizam sobre esses monumentos ainda não está clara.
A Índia abriga cerca de 3.700 monumentos históricos, 31 deles inclusos na lista de Patrimônio Mundial da Unesco.