O consórcio de investidores que, na semana passada, anunciou um acordo para comprar a produtora The Weinstein Company informou, nesta terça-feira (6), que a transação fracassou. Por ora.
"Todos trabalhamos honestamente para comprar os ativos da The Weinstein Company. Contudo, depois de assinar e entrar na fase de confirmação das diligências, recebemos informação decepcionante sobre a viabilidade desta transação", disse Maria Contreras Sweet, que dirige o consórcio, em nota. "Como resultado, decidimos dar fim a esta compra".
Uma fonte que pediu para ter a identidade preservada declarou à AFP que os investidores descobriram um passivo de 64 milhões de dólares, que não tinha sido revelado antes. A compra era negociada pelo montante de 500 milhões de dólares, segundo a imprensa local.
"Ficaríamos decepcionados se as partes não conseguirem resolver suas denúncias e fechar o acordo", destacou uma porta-voz da promotoria do estado de Nova York. Uma declaração que dá a entender que talvez este não tenha sido o fim definitivo das negociações.
Essa foi a última reviravolta da longa saga sobre o futuro do estúdio de produção localizado em Nova York, que está à beira da falência desde que estourou, em outubro, o escândalo de denúncias de agressão sexual contra seu fundador, Harvey Weinstein.
Mais de cem mulheres acusam Weinstein de assédio, abuso sexual e estupro ao longo de 40 anos.
Contudo, Contreras Sweet não descarta futuras tentativas de criar uma nova empresa a partir das cinzas deixadas por Weinstein.
"Acho que nossa visão para criar um estúdio de gravação liderado por mulheres ainda é o curso de ação correto. Para isso, consideraremos adquirir ativos que possam ficar disponíveis em uma eventual falência, bem como outras oportunidades que estejam disponíveis na indústria do entretenimento", apontou.
Em 1 de março, Contreras Sweet, que dirigiu a Secretaria de Pequenas e Médias Empresas no governo de Barack Obama, anunciou um acordo para comprar os ativos da produtora e lançar uma nova empresa.
Falência
Dias antes, a The Weinstein Company tinha anunciado que declararia a falência, porque o consórcio de investidores não aceitou cumprir algumas exigências.
O procurador do estado de Nova York, Eric Schneiderman, bloqueou no início de fevereiro um primeiro projeto de reativação de Contreras-Sweet, com o argumento de que os fundos previstos para indenizar as vítimas de abuso sexual por parte de Weinstein eram insuficientes.
Weinstein foi demitido do cargo de diretor da companhia após a revelação do escândalo, e depois renunciou ao conselho de administração.