A divulgação da sentença do comediante Bill Cosby foi adiada pelo juiz Steven O'Neill, na segunda, 24, em audiência realizada na cidade da Filadélfia. O motivo foi uma manobra dos advogados de defesa que anunciaram uma nova testemunha, o médico Timothy Foley, que assinou um documento no qual considera Cosby como "um predador sexual violento" - o comediante de 81 anos é acusado por dezenas de mulheres em casos de abuso sexual, o que pode lhe render até 30 anos de prisão. Como o médico Foley está viajando e não pôde comparecer ontem, o juiz O'Neill, contrariado, cedeu ao adiamento, exigindo sua presença o quanto antes.
Condenado
Cosby, de 80 anos, pode passar o resto de sua vida atrás das grades quando o juiz decidir sua sentença por três crimes de agressão indecente agravada contra Andrea Constand, ex-funcionária da Universidade de Temple, em 2004.
Constand estava no tribunal de Norristown, no subúrbio de Filadélfia, quando o veredito foi lido depois de mais de 14 horas de deliberações durante dois dias, em meio a lágrimas de algumas pessoas na plateia.
O ator afro-americano, um pioneiro que quebrou as barreiras raciais na televisão e foi adorado por milhões por seu papel de pai amoroso na série de sucesso The Cosby Show (1984-1992), permaneceu em silêncio enquanto um membro do júri leu o veredito.
Uma condenação criminal e a possível prisão são um capítulo final devastador na carreira deste gigante da cultura popular americana do século XX, filho de uma empregada doméstica que se tornou o primeiro ator negro a ganhar um Emmy e a ocupar um papel de protagonista no horário nobre da televisão americana.
Cosby foi considerado culpado dos três crimes de agressão indecente agravada de que foi acusado: penetração sem o consentimento de Constand, penetração quando a garota estava inconsciente e penetração após ser drogada. Cada crime tem uma pena máxima de 10 anos.